Sérgio Dal Sasso: consultor palestrante administração, empreendedorismo e carreiras

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Organização de empresas de A à Z - Gestão e treinamentos

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Pontos comerciais em Shopping Centers

Fonte: Bg$H Real Estate

Autor: Marcos Hirae 


Faltarão lojistas para tantos shoppings

Nunca antes neste país (não resisti...) vimos o anúncio do lançamento de tantos shoppings centers num período tão curto de tempo. Em breve ultrapassaremos os 500 centros de compras. Somente neste ano serão 42 e nos próximos 3 anos aproximadamente mais 100. São shoppings para todos os gostos e públicos, do popular ao luxo, localizados nas pequenas e nas grandes capitais, mas também surgem projetos em cidades menores algumas com apenas 75 mil habitantes. Além disso, algumas delas estão recebendo mais de um projeto simultâneo, o que obviamente acaba lançando dúvidas imensas sobre a viabilidade mercadológica caso estes projetos prossigam. Outro movimento observado é o das cidades que começam a receber seus segundos ou terceiros shoppings, acirrando a disputa com os antigos.

O fato é que, neste cenário, para que todos estes novos shoppings sejam plenamente ocupados, prevê-se a necessidade da abertura de 500 lojistas âncoras e de 15 mil novos lojistas satélites. No universo das lojas âncoras, esta demanda será atendida, pois além das redes tradicionais, surgem novos players nacionais e internacionais que prometem suprir esta carência. A preocupação aumenta quando falamos das lojas satélites. Obviamente os lojistas não estão preparados para isto. Mesmo com todos os projetos de expansões em curso das redes de varejo e franquias (um número recorde, diga-se de passagem), a equação não fecha. No caso das lojas próprias, os empresários enfrentam dificuldades por conta do alto custo do capital para financiar os investimentos em novas lojas. Além disso, sofrem com dificuldade na gestão em filiais distantes. No caso das franquias, existe a dificuldade em arregimentar uma quantidade grande de candidatos a franquias na profusão que o mercado necessita, considerando que um dos princípios básicos do sistema é a lógica do franqueado ser local e conhecedor da comunidade onde a loja está inserida.

Somado a isto, é preciso entender a conjuntura de mercado. As vendas do varejo tiveram um ano de 2011 morno e 2012 projetam vendas sem muita euforia. Mesmo assim, 90% das principais redes de lojas projetam planos de expansões ambiciosos para os próximos 5 anos. Na sua maioria prevêem o aumento das vendas decorrentes do aumento de renda e consequentemente do poder de consumo das famílias brasileiras. Em contrapartida, o resultado das lojas abertas nos shoppings inaugurados recentemente não foi exatamente um sucesso de vendas. Das últimas 30 inaugurações, por exemplo, 28 ainda não “pegaram”. As vendas demoram a acontecer e os lojistas acabam sofrendo com os baixos resultados. Para estas redes, cautela é a regra que prevalece, sem euforia ou pressa em marcar presença em novos empreendimentos.

Curiosamente, dos cerca de 400 shoppings existentes, perto de 100 vivem o paradoxo de terem um número muito baixo de vacância e fila de espera de lojistas aguardando por uma loja. Nestes, os valores de luvas e aluguel estão no seu pico, com aumentos nos preços dos aluguéis e de luvas de até 50% nos últimos 2 anos. Se de um lado sobram lojas para locar, de outro faltam lojas.

Isto acontece porque cada vez mais lojistas e franqueados preferem seguir a lógica de “apostar no certo pelo incerto”. Mesmo com investimento e custo de ocupação maior, preferem não correr o risco de apostar num shopping que pode “patinar” nos primeiros anos. No caso das franquias esta preocupação se torna ainda maior, pois se coloca em risco o capital de terceiros que na maioria das vezes não tem fôlego financeiro para suportar os primeiros anos de vendas baixas.

Finalizando, cabem muitas reflexões aos empreendedores de shoppings. Isso equivale em análises mais criteriosas na aquisição de terrenos e nos lançamentos destes empreendimentos. Se o histórico recente das últimas inaugurações não apetecem os lojistas, o excesso de oferta de lojas e a pequena quantidade de franqueados capitalizados são alguns exemplos que mostram que mais do que nunca há a necessidade da indústria de shopping se aproximar mais dos lojistas e apoiá-los num regime de maior parceria. Ganham os dois lados.

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