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domingo, 8 de julho de 2012

Cresce o interesse dos brasileiros por pós-graduação no Mercosul

Fonte: Canal RH
Autor: Fabiano Lopes
Sylvya D’Oliveira é formada em relações exteriores e trabalha com sustentabilidade. Movida pelo interesse em se especializar no assunto, aliado à vontade de morar fora do Brasil, iniciou em 2010 um curso de mestrado em Gestão Ambiental Metropolitana na Universidade de Buenos Aires, na Argentina. A escolha do país foi motivada pela proximidade com o Brasil, enquanto a qualidade de ensino determinou a escolha da faculdade, “que já esteve entre as melhores da América Latina”, ressalta.
A escolha de Sylvya por fazer pós-graduação em outro país da América Latina pode causar estranheza em um primeiro momento (ainda mais se considerarmos as turbulências políticas - e econômicas – que muitos destes países têm enfrentado ultimamente), mas representa uma tendência, que embora ainda seja tímida, começa a crescer. A relevância de se ter no currículo um curso no exterior, aliada aos altos valores cobrados por instituições europeias e americanas, tem contribuído para aumentar o interesse de brasileiros por pós-graduações em países latinoamericanos.
Não existem dados oficiais sobre esse movimento. A descentralização das informações dificulta o levantamento. Uma das formas de se descobrir quantos são esses estudantes é por meio de consulta às universidades brasileiras – visto que são elas as responsáveis por validar esses diplomas estrangeiros no Brasil. Outra forma é consultar as agências especializadas em levar estudantes para fora do País. Em ambos os casos, o que se observa é que a preferência se mantém por Estados Unidos e Europa, mas se observa interesse crescente por cursos no Mercosul.
Só este ano, a Universidade Estadual Paulista (Unesp) recebeu três pedidos de revalidação do curso de doutorado em Educação para Ciência, do Paraguai, de um total de 21 pedidos de reconhecimento de diplomas de pós-graduação no exterior. “Apesar de tímido, temos percebido nos últimos anos um aumento na procura por estudantes brasileiros que buscam validar diploma de pós-graduação obtido em países do Mercosul. Este ano já recebemos cinco pedidos de reconhecimento, sendo três para o curso de Educação. Em 2010 e 2011 não houve nenhuma solicitação do tipo”, informa a secretária-geral da Unesp, Maria Dalva Silva Pagotto.
Nome da instituição ainda pesa
Esse aumento verificado pela universidade também é percebido pela agência Postgrados Paraguay, especializada em levar brasileiros para estudar no Paraguai. “Considerando apenas os números de nossa agência, em 2008 levamos 55 alunos. Agora, somente no começo deste ano, foram 200 brasileiros”, comenta a gerente Zulma Rosner Kolbe. Para ela, disponibilidade de vagas, preço e proximidade ao Brasil são fatores que atraem estudantes brasileiros. “Além disso, o custo de vida em comparação ao brasileiro é muito mais baixo”, acrescenta.
Em relação à qualidade do ensino, Zulma não vê diferenças em comparação aos cursos realizados no Brasil. “Também não ouço estudantes reclamando de preconceito de empregadores”, afirma. O especialista em Tecnologia da Informação Carlos Motta concorda. Formado em Gestão de Sistemas de Informação, ele fez MBA pelo Instituto Europeu de Ensino de Santiago (IEDE), do Chile, e trabalha atualmente em uma multinacional japonesa no Brasil. “O curso não foi mais barato do que no Brasil e acredito que a formação do IEDE não é melhor ou pior do que a dada nas melhores instituições brasileiras, mas a troca de experiências com pessoas globalizadas e pensadores de vanguarda foi bastante enriquecedora e me tornou um profissional mais atrativo ao mercado” ressalta Motta.
Para o sócio-diretor da consultoria Ateliê-RH, Roberto Affonso Santos, o valor dado pelas empresas aos diplomas tem a ver com o nome da faculdade e nem tanto com o país em que ela está situada. “O peso que uma pós-graduação tem no currículo e em processos seletivos tem muito a ver com a fama da instituição. Obviamente Harvard e Oxford, por exemplo, são muito bem vistas pelo mercado”, diz. Andreza Santana, diretora de Marketing do Monster Brasil (empresa especializada em seleção), concorda. Para ela, as instituições pelas quais o profissional passa são um endosso de sua capacidade profissional. “Pós-graduação e MBA no exterior, seja na Europa, EUA ou nos países do Mercosul, são bem vistos quando feitos em universidades de reconhecimento internacional”, acrescenta.

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