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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Crescer 2011 - 2012

Autor: Marcos Gouvea de Souza
Fonte: GS&MD


Condenados a crescer... A história parece se repetir. No último trimestre de 2008 o mundo também vivia o agravamento da crise financeira que havia se iniciado com os problemas do mercado imobiliário e que se alastrou posteriormente para todo o sistema financeiro, quebrando bancos e espalhando suas consequências, sentidas até hoje, por outros mercados.

Os pessimistas de plantão, economistas e jornalistas, com raras e honrosas exceções, imediatamente sinalizaram as dramáticas repercussões que haveria imediatamente no Brasil. Uma busca nos títulos e nas matérias da época vai mostrar quem foram os arautos do caos naquele momento.

Naquele momento a massa salarial continuava se expandindo, o crédito ao consumo crescia e, de fato, o que se alterou foi a confiança do consumidor, impactada pela dimensão dos problemas que se aproximavam. Ao final do ano a massa salarial havia crescido 6,9%, o PIB evoluiu 5,1%, o consumo das famílias 4,1% e as vendas do varejo 9,1%, apesar da perda de ritmo no último trimestre.

A ação do governo, com planos de estímulos e redução de impostos; e mais as empresas e entidades preocupadas com essas perspectivas se mobilizaram para criar um quadro de reversão desse comportamento, movimento que à época se convencionou chamar de “Marolinha”, homenagem à forma como o presidente reagiu ao tsunami financeiro global.

O consumo e as vendas andaram de lado, com menor crescimento, até o primeiro trimestre de 2009. A partir daí o ano teve um excelente desempenho, tendo o varejo crescido 5,9% sobre a expansão de 9,1% do ano anterior e, apesar do crescimento negativo do PIB de 0,2%, com evolução de 7% do consumo das famílias naquele ano.

O fator mais relevante para esse soluço vivido pela economia e o consumo foi a mudança da confiança do consumidor, abalada durante a internalização da crise global e que durou até o primeiro semestre de 2009.

O quadro atual lembra demais esse período. A crise agora é na Europa e, mais do que os bancos, são os países que enfrentam os principais problemas. Espanha, Portugal, Grécia e Itália, por enquanto, têm que mostrar como irão pagar a conta dos descontroles e de uma política social liberal e insustentável.

E, evidentemente, o potencial risco de envolvimento global é grande, porém menor do que quando o problema envolvia os Estados Unidos, por ser a maior economia do mundo e aquela com maior interconexão com outros países.

Para compensar esse quadro, o fato de que a China assume um papel cada vez mais decisivo no cenário global. O potencial risco para o Brasil existe e sempre existirá, mas a realidade dos negócios no mundo real mostra um cenário absolutamente distinto, ainda que com algum ajuste de curto prazo.

As vendas do varejo continuam se expandindo, apoiadas no crescimento de consumo das famílias impulsionado pela expansão de 6% da massa salarial, da oferta de crédito e do nível de emprego. Mais uma vez, a Confiança do Consumidor tem papel decisivo e no período de agosto e setembro reduziu-se, induzindo os consumidores a uma postura mais cautelosa de compras, em especial nos bens duráveis, mais dependentes do crédito de longo prazo. Já a partir de outubro, parece se iniciar um novo ciclo de melhoria do humor do mercado que pode sinalizar boas vendas no período do Natal, mas que deverá mostrar um índice de crescimento inferior à média do ano, de 7% até setembro.

Com a continuidade da expansão da massa salarial, pelo aumento da renda real das famílias e do emprego, associada com a oferta de crédito e a melhoria da confiança do consumidor, estamos “condenados a crescer” (como disse um amigo recentemente) também em 2012-2014, talvez em índices inferiores ao passado recente, mas positivos e relevantes em escala global.

Sem dúvida esse crescimento não se fará homogêneo para todos os setores econômicos, com claros problemas para alguns setores industriais, nem em todas as regiões brasileiras. Mas, ainda assim, desafiando o pessimismo de muitos, talvez até mesmo da maioria, estamos condenados a crescer.

Marcos Gouvêa de Souza (mgsouza@gsmd.com.br), diretor geral da GS&MD – Gouvêa de Souza

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