Sérgio Dal Sasso: consultor palestrante administração, empreendedorismo e carreiras

Sérgio Dal Sasso: consultor palestrante administração, empreendedorismo e carreiras
Organização de empresas de A à Z - Gestão e treinamentos

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Pessoas, relacionamento e gestão

Fonte: GS&MD
Autor: Eduardo de Macedo

O modelo de gestão das empresas americanas vem mudando em diversos pontos. Com a necessidade de fazer mais por menos, em virtude da grave crise econômica que cortou investimentos em toda parte, os gestores de RH passaram a procurar alternativas para reduzir custos e aumentar produtividade.

Um dos desafios é como organizar tudo aquilo que nossos colaboradores aprendem fora dos eventos formais e estruturados de treinamento. Por representar mais de 80% de tudo que se aprende, o grande desafio das empresas é estruturar, monitorar, supervisionar e avaliar seus resultados.

Outra novidade é a importância que ganharam os programas de integração de novos colaboradores. Antes baseados numa breve orientação no primeiro dia, além da divulgação dos valores organizacionais e da distribuição do caderno de regras e normas internas, os programas passaram a ter duração média de uma semana, com forte apelo emocional logo no início.

A ideia é conquistar colaboradores torcedores da marca logo nos primeiros dias, quando a motivação está em alta, a gratidão pela oportunidade está intacta e a abertura a tudo que é dito é total. Diversas empresas, principalmente as que buscam colaboradores capazes de entregar resultados mais orientados pela missão e valores que por normas e regras, passaram a apresentar histórias de sucesso, com diversos depoimentos de clientes e antigos colaboradores.

O método faz com que os novatos percebam a importância da marca e a relevância de seu trabalho para os clientes, para a comunidade, para os colegas e para a companhia. Isso cria, desde o ponto de partida, um sentimento de orgulho que estará presente por muito tempo em todas as ações desenvolvidas por esses profissionais. Esse processo cria fortes vínculos emocionais num momento propício, em que as pessoas estão suscetíveis e ainda não foram contaminados pelos insatisfeitos e pessimistas de plantão, que andam muitas vezes incógnitos por nossos corredores e lojas.

Vínculos que passam a ser um importante diferencial, difícil de copiar e superar, por ser baseado em questões intangíveis. Gera mais disposição das pessoas em trabalhar pela empresa com empenho máximo, além de permanecerem por mais tempo na companhia. Isso se deve à maior tolerância a eventuais falhas e à flexibilidade em momentos de divergência de expectativas de ambas as partes.

Só depois desse processo de criação dos pilares do relacionamento, quando os calouros entendem o seu papel de maneira mais ampla e sistêmica, assumindo o compromisso de honrá-lo em todas as suas ações, é que a empresa passa a divulgar regras e normas. Mesmo assim, procura fazer de forma mais acolhedora que a simples entrega de manuais impressos ou apresentação por meio de módulos virtuais.

Os resultados são muito bons. Pesquisas mostram que a produtividade dos novos contratados é bem mais alta que a de ingressantes em anos anteriores ou mesmo dos atuais colaboradores. Além disso, pode se notar grande queda de turnover, o que significa redução de custos, em diversos sentidos.

O desengajamento é uma praga conhecida e fortemente combatida, nem sempre com sucesso. O foco principal são colaboradores com baixa qualificação, em diversos segmentos, e a média gerência. Na maioria das empresas, as pessoas percebem logo que suas opiniões não são valorizadas; que seu ponto de vista não é importante para ninguém; e que a empresa espera dele pontualidade e cumprimento da tarefa que foi designada. Assim, em pouco tempo o ímpeto de fazer a diferença e se realizar profissionalmente dá lugar a uma visão mais pragmática, onde os colaboradores vendem suas horas de labuta por um salário ao final de cada semana ou mês.

Novos programas de integração baseados na conquista da admiração pela marca mostram como é possível começar a mudar esse tipo de relacionamento, frio e distante, transformando-o em algo muito mais produtivo e proveitoso, em que as pessoas se sentem mais valorizadas e trabalham com mais compromisso e responsabilidade.

Certamente a empresa precisa estruturar outras ações após a integração, mas essas ações de primeira hora geram um início entusiasmado e promissor e tornam-se bons exemplos de como pensar estrategicamente no desenvolvimento de ideias simples, que ampliam os resultados rapidamente com baixo custo.

Como diz o ditado, a primeira impressão é a que fica. E como sabemos muito bem, só existe uma única chance de se causar uma excelente primeira impressão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário