Artigo publicado na nossa coluna no Portal administradores em 05/12/2015
Existem períodos onde os
ventos são fortes e capazes de impulsionar nossos barcos sem o esforço
adicional dos acessórios. Em outros temos que entender que mesmo quando impossibilitados
se fazer tudo que poderíamos. O que vai pesar é o uso do equilíbrio a ser
conjugado com a competência.
Os momentos de
imprevisibilidade são aqueles onde não temos as informações necessárias para
que possamos trabalhar planejadamente acima do curto prazo. Quase como estar no
meio de uma estrada equipados com a melhor tecnologia e conhecimento, porém
diante de uma nebulosidade que não nos permite enxergar nada além de três
metros à nossa frente. Nesses casos temos que dobrar as atenções, reduzir a
velocidade e pensar metro a metro o como teremos que fazer para garantir as
soluções de continuidade.
Aspectos refletidos por
esse período estão relacionados com a amplitude da palavra dúvida, ou seja,
quando menos previsibilidade do que vem pela frente, mais incertezas que por
tabela afetarão nossos planos pela ausência da própria visão macro externa, que
acabam por criar incertezas no qualitativo das decisões diante dos problemas
quantitativos que ultrapassam a lógica econômica dos negócios, pela prioridade
de ter que atentar a gestão financeira, normalmente ofuscada por captações de
recursos acima da capacidade dos desembolsos necessários a sua administração.
Nesses momentos a palavra
ação é suplantada pela prevenção, ou seja, nossas atitudes não poderão ir além
da realidade do que estamos passando ou mesmo conseguindo enxergar. Nesse caso
a medida mais apropriada é a de se organizar através do desenvolvimento de
modelos que sejam mais flexíveis e que possam se adequar aos altos e baixos com
uma maior resiliência entre os fatos para que as atitudes possam significar
respostas em tempo certo, num sentido de cada ação deverá estar mais adequada
pela situação a ser vivenciada no dia, na semana ou talvez no mês.
O maior impacto de uma
crise econômica é a redução das procuras por parte dos consumidores e
evidentemente as causas são conhecidas: ausência de recursos, créditos e
inseguranças para usá-los. Os reflexos de qualquer redução e em qualquer
mercado é o de conseguir adequar o que fazemos com o que se pode para manter o
equilíbrio das atividades, destacando-se: criatividade, eliminação dos
excessos, metodologias de processos eliminando desperdícios, manutenção da
qualidade (produtos e métodos de serviços), preços compatíveis aos segmentos
representados, estrutura consultiva com potencial de entender o mercado junto
com a versatilidade de ofertar produtos ou serviços para que sejam como
necessários.
Nesse momento o que não
devemos pensar é na passividade pelo esperar no aonde tudo vai chegar. O que
devemos é reativar o lado pró-ativo concentrando uma atenção especial nos
campos das negociações, que possam aprimorar o conjunto: entrada, meios e
saídas das organizações.
Vivemos em um momento onde
não teremos no médio prazo medicações onde qualquer “sonrisal” será suficiente
para eliminar a atenção diária de tudo que nos rodeia e curar as dores de
cabeça. Nossos objetivos deverão incluir vários desgastes, noites com sonos
complicados, mas tudo que passamos é parte do que temos que aprender e superar.
Mas vale lembrar que ser
positivo é acreditar e ter a capacidade e inteligência para garantir a
sustentação do que fazemos pelo tempo necessário, já que tudo que vem, também
volta.
“Pior é
igual ao pior. Acho que não temos mais nada para ser surpreendidos. A questão
do embrulho é a de quem vai pagar as nossas contas. A resposta está no seu
melhor, no ir além dos limites para que a contabilização do que faz possa
mantê-lo nesses momentos incertos.” (Sérgio Dal Sasso)