Sérgio Dal Sasso: consultor palestrante administração, empreendedorismo e carreiras

Sérgio Dal Sasso: consultor palestrante administração, empreendedorismo e carreiras
Organização de empresas de A à Z - Gestão e treinamentos

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Endividamento do brasileiro é recorde

Fonte: Márcia De Chiara / O Estado de S. Paulo

O endividamento do brasileiro atingiu nível recorde. A dívida total das famílias no cartão de crédito, cheque especial, financiamento bancário, crédito consignado, crédito para compra de veículos e imóveis, incluindo recursos do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), corresponde a 40% da massa anual de rendimentos do trabalho e dos benefícios pagos pela Previdência Social no País, aponta um estudo da LCA Consultores ao qual o ‘Estado’ teve acesso.
Se, do dia para noite, os bancos e as financeiras decidissem cobrar a dívida total das pessoas físicas, isto é, juros e o empréstimo principal, que chegou a R$ 653 bilhões em abril, cada brasileiro teria de entregar o equivalente a 4,8 meses de rendimento para zerar as pendências. Os cálculos levam em conta a estimativa da massa de rendimentos nacional, não apenas nas seis regiões metropolitanas.

Em dezembro de 2009, a dívida das famílias estava em R$ 485 bilhões, subiu para R$ 524 bilhões em abril do ano passado e, em abril deste ano atingiu R$ 653 bilhões. Apesar dos ganhos de renda registrados nesse período, as dívidas abocanharam uma parcela cada vez maior dos rendimentos da população. Quase um ano e meio atrás, a dívida equivalia a 35% da renda anual ou 4,2 meses de rendimento. Em abril deste ano, subiu para 40% da renda ou 4,8 meses de rendimento.

"Houve uma forte aceleração do endividamento", afirma o economista Wermeson França, responsável pelo estudo. Ele observa que uma conjugação favorável de fatores levou à disparada do endividamento do consumidor. O pano de fundo foi o crescimento econômico registrado no ano passado, quando o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 7,5%. Além disso, bancos e financeiras abriram as torneiras do crédito, com juros menores e prazos a perder de vista.

Dados de outro estudo intitulado "Radiografia do Endividamento das Famílias nas Capitais Brasileiras", da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP), confirmam o avanço do endividamento do consumidor. De janeiro a maio deste ano, 64%, em média, das famílias que vivem nas 27 capitais do País tinham dívidas, ante 61% em igual período de 2010. O valor médio da dívida aumentou quase 18%, de R$ 1.298 mensais, entre janeiro e maio do ano passado, para R$ 1.527 mensais em igual período deste ano.

Depois da explosão do consumo no ano passado, Altamiro Carvalho, assessor econômico da Fecomércio-SP, diz que as medidas de aperto no crédito editadas pelo do Banco Central no fim de 2010, a elevação dos juros e a redução dos prazos dos financiamentos tiveram grande influência sobre o aumento da dívidas das famílias neste início de ano. "As vendas do comércio a partir de março apontam para uma forte desaceleração do consumo", afirma o economista, justificando que a dívida vem crescendo nos últimos meses por causa dos juros.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Mulheres Brasileiras: as mais empreendedoras

Autor: Anderson Silva
Fonte: Canal RH

Pesquisa do Grant Thornton International Business Report (IBR) revela que as mulheres brasileiras são as mais empreendedoras do mundo. No Brasil, o empreendedorismo entre as mulheres chega a 12% da população feminina economicamente ativa, três vezes a média mundial, que é de 4%. A mesma pesquisa, no entanto, mostra que a participação das mulheres em cargos de liderança no País caiu de 42% em 2007 para 24% em 2011. De acordo com o estudo, há quatro anos o Brasil ocupava o segundo lugar no ranking mundial em relação à proporção de executivas e hoje ocupa o 21º posto no ranking.

Para a sócia e diretora do International Business Center da Grant Thornton Brasil, Madeleine Blankenstein, um dos motivos para a menor representatividade das mulheres em cargos de liderança é a falta de benefícios para as mães que trabalham. Por esse mesmo motivo, cresce o número de mulheres empreendedoras. Ou seja, a mulher opta pelo negócio próprio na tentativa de conciliar o trabalho com a maternidade e os afazeres domésticos.

A consultora do Sebrae - SP, Sandra Fiorentini, destaca que a possibilidade de conciliar os diversos papéis sociais (mãe, esposa, profissional e dona de casa) é uma das razões que mais motivam as mulheres a abrirem seu próprio negócio, além da necessidade de complementar a renda familiar ou alcançar a independência financeira. Em resumo, as mulheres brasileiras se tornam empresárias por dois motivos: necessidade e oportunidade.

Vencendo o preconceito

Em relação à menor participação das brasileiras entre as lideranças corporativas, a consultora do Sebrae reconhece que o machismo ainda existe no mercado corporativo, mas vem sendo superado. “Ainda há alguma resistência por parte das corporações, mas isso vem mudando, pois as mulheres estão provando que são capazes”, diz Sandra, lembrando que, há dez anos, era bem menor a presença feminina em cargos decisórios.

É o caso de Aline Butinhão, gerente de marketing da empresa farmacêutica Torrent do Brasil. Aos 31 anos de idade e sete na empresa, Aline acaba de assumir um cargo gerencial depois de passar por outras áreas. Para ela, o empreendedorismo e a liderança são características típicas das mulheres. “O fato de conseguirmos o equilíbrio entre o racional e o emocional também é extremamente benéfico”, acredita.

A consultora do Sebrae-SP concorda. “Mulheres têm mais habilidade para lidar com pessoas, sabem ouvir melhor, são mais abertas e receptivas, mais transparentes, multidisciplinares e têm maior capacidade de adaptação”, enumera.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Treinamentos e desáfios....

Autor: Daniel Maganha
Fonte: GS&MD



Muitas transformações ocorreram na área de treinamento das empresas nas últimas décadas. Mudanças em nomenclatura do setor, atuação estratégica e maior aproximação em relação à realidade dos profissionais têm sido uma constante da área que, em muitas vezes, foi fisgada dos Recursos Humanos e encaixada em áreas mais “nobres”, como Marketing, Planejamento ou mesmo Operações. Ainda assim, a área de treinamento estende com orgulho o seu papel quase humanitário de “desenvolvimento de gente”, carregando consigo grandes desafios, como a “formação” e até mesmo a “educação” das pessoas dentro das empresas. Mas o que exatamente isso significa?

Hinrichis, já em 1976, definia treinamento como “qualquer procedimento, de iniciativa organizacional, cujo objetivo é ampliar a aprendizagem entre os membros da organização”. Com a “aprendizagem organizacional” nas costas, as áreas de treinamento lidam com um desafio ainda maior – o do fazer aprender. Assim, o problema é fazer com que a organização não seja apenas qualificada e competitiva, mas também qualificante, no sentido de oferecer diversas oportunidades de crescimento a seus membros.

Nem sempre foi assim. Concebida junto ao movimento taylorista, a área de treinamento inicialmente era responsável pelo mecanismo formal de aquisição de conhecimento nas organizações. Nessa lógica, o treinamento em si funcionava quase como uma receita que deveria ser seguida pelo trabalhador, sem qualquer questionamento, o que o assemelhava muito mais a um “adestramento”. Hoje, a área de treinamento e seu papel “educador” dentro das empresas têm a missão de oferecer treinamentos que não só conduzam, mas também estimulem o colaborador a refletir sobre o que é transmitido. Assim, a área de treinamento ganhou um novo objetivo e, ao mesmo tempo, um novo aliado: o colaborador – a ele foi destinada grande responsabilidade sobre seu próprio aprendizado.

Desde então, as empresas passaram a buscar profissionais que conseguissem mobilizar suas qualificações (responsabilização pelo autodesenvolvimento), fato que alterou bruscamente o significado do treinamento nas empresas. Afinal, para que treinar o colaborador se o profissional também precisa agir em prol do seu desenvolvimento? Nasceram daí os processos de educação organizacional, o desenvolvimento personalizado e muitos outros formatos que produziriam, juntos, as universidades corporativas do século XXI. E o treinamento, finalmente, saiu da sala de aula. Hoje, os processos de aquisição de informações dentro das empresas extrapolam os limites formais da organização e são, na verdade, ilimitados. Reuniões formais e informais, visitas e clientes, pesquisas, leituras... É difícil, senão impossível, definir como os indivíduos assimilam e constroem seu conhecimento.

Entretanto, ao contrário do que essa imensa transformação pode sugerir, a área de treinamento das empresas (agora chamada de Gestão de Talentos, Desenvolvimento Organizacional e Educação Corporativa, entre outras terminologias mais soberbas) sofre hoje com uma limitação de atuação decorrente de todo esse processo: a dependência. T&D deixou de ser capaz de, sozinho, garantir a transferência de aprendizagem. Estrategicamente mais poderosa, a área de treinamento empreende ações muitas vezes ineficazes nas empresas que não constituem, em si, um processo fechado.

Hoje, essas ações dependem do suporte de gestores, de mecanismos e de políticas internas para garantir o aprendizado profissional dos colaboradores. E dependem, essencialmente, desses colaboradores para alcançar o sucesso – e isso nem sempre é simples por depender do engajamento desses profissionais à organização. Afinal, só aprende quem quer...

Muitos autores já alardearam a importância do ambiente de trabalho para garantir esse engajamento e a durabilidade dos efeitos de treinamento sobre o desempenho individual. Nesse cenário, vemos surgir a valorização (muitas vezes até exagerada) de mecanismos informais de aquisição de conhecimento, ganhando destaque aqueles baseados na experiência de trabalho (on the job, imitação, aprender fazendo). A palavra-chave é a “socialização” – o aprendizado se daria pela plena interação social e, portanto, está forjado no papel ativo dos indivíduos na construção dos seus próprios conhecimentos.

E a área de treinamento? Bem, em uma visão imediatista, a ela caberia a tarefa de fomentar esse ambiente “frutífero” de conteúdos e de direcionamentos, mas com o cuidado de não interferir nas construções do conhecimento individual. Seria um papel quase obscuro e de apoio. Mas não acreditamos nessa visão: a área de treinamento tem hoje não apenas a tarefa de construir esse ambiente, mas também avaliar, monitorar, aproximá-la ao negócio e, mais do que isso, estender novamente com orgulho o seu papel em “desenvolvimento de gente”, permitindo às pessoas mudar a forma como pensam e agem, e não mais simplesmente obrigando-as a fazê-lo.

Isso é que é desafio.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Profissionais qualificados: estratégias de retenção

Autor: Julio Caldeira
Fonte: Canal RH

Não é novidade que falta mão de obra qualificada no Brasil. A escassez de profissionais tem provocado uma verdadeira luta por talentos. Para atraí-los e retê-los, as empresas têm usado as mais diversas estratégias, como elevar salários e incrementar pacotes de benefícios. São todas ações que elevam os custos. O dilema para as organizações é como compensar isso. Apostar em ganhos de produtividade? Repassar o ônus para o preço final de produtos e serviços? Ao que tudo indica, não existe uma alternativa certa. Cada empresa tem encontrado sua própria resposta.

Mas especialistas recomendam que empresários encarem o problema como uma realidade permanente. Ou seja, o conselho é evitar paliativos e buscar medidas efetivas. “Empresas pequenas, médias e as que eu chamo de emergentes, porque atravessam um processo de evolução muito grande, estão preocupadas com a administração da massa salarial”, diz o especialista em remuneração e benefícios Mateus de Oliveira Silva, consultor da RH Plus.

Segundo o especialista, nesse processo, uma das alternativas mais comuns entre as empresas têm sido analisar com atenção benefícios que até então eram concedidos de forma indiscriminada, como bolsas de estudos, para avaliar se realmente o investimento está dando retorno para a empresa.

Revisão de processos

Em alguns casos, as empresas buscam mesmo apertar o cinto, revendo processos e até mudando costumes. Essa foi a saída encontrada pela GPC Química, que decidiu implantar o sistema de gestão matriarcal das despesas. A ferramenta, utilizada para planejamento e controle do orçamento anual, é baseada em três princípios: controle cruzado, pelo qual todas as despesas orçadas devem ser acompanhadas por duas pessoas; desdobramento dos gastos, que consiste no detalhamento das despesas para a definição das metas; e acompanhamento sistemático, para verificar se as metas estão sendo atendidas e definir ações corretivas para os desvios. “Apesar do aumento dos custos ligados à mão de obra, conseguimos reduzir os gastos totais buscando eficiência em tudo, até na gramatura da folha da impressora”, comenta Wanderlei Passarella, presidente do Grupo Peixoto de Castro, ao qual pertence a GPC.

Na visão do CEO da Proxis Contact Center, Jimmy Cygler, a melhor forma de diluir os gastos é produzir mais com a mesma mão de obra – já que ela hoje custa mais. Isso tem significado metas mais ousadas e aumento da eficiência e da competitividade. “Os custos com mão de obra estão subindo acima do que as empresas conseguem repassar ao mercado”, avalia.

Cygler analisa ainda que a guerra por talentos tende a estabelecer ciclos virtuosos e viciosos. De um lado, a tendência é que os profissionais brasileiros, por serem bem remunerados, fiquem cada vez mais conceituados, aqui e lá fora. “Isso é bom para a profissionalização do mercado”, diz. Ele pondera, no entanto, que a dança das ofertas – sejam de salários ou benefícios – pode diminuir perigosamente o vínculo dos profissionais com as empresas, o que é negativo tanto para o empregador quanto para o empregado.

Para evitar essa rotatividade, a Eurofarma Laboratórios, por exemplo, oferece uma gama de benefícios que vai de bolsas de estudo a aulas de pilates. Bancado integralmente pela empresa, o pacote tem seu impacto sobre a receita minimizado em decorrência de um minucioso planejamento financeiro, de forma a diluir o gasto no custo final dos produtos. “É prática da empresa embutir esses valores nas despesas e orçamentos”, segundo a gerente de recursos humanos, Maria Regina Cintra.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Sonegação: piorou para melhor

Autor: Ivan Corrêa
Fonte: GS&MD

Observa-se um movimento irreversível, forjado em diferentes esferas governamentais, que tem tornado mais difícil a vida de muitas empresas varejistas: o aperto cada vez maior contra a sonegação de impostos. A substituição tributária e a tecnologia para detecção de sonegação vêm mudando a maneira como as empresas varejistas conduzem seus negócios. Para as empresas que sonegam impostos, o cenário piorou, e muito. Para as empresas que atuam corretamente, e para a sociedade em geral, o cenário melhorou, mais ainda. No balanço, piorou para melhor.

Existe um contingente considerável de empresas varejistas que compõem um universo paralelo e ocultam suas práticas desonestas sob eufemismos como “planejamento tributário”. É a chamada “economia subterrânea”, definida pelo Instituto ETCO como sendo a produção de bens e serviços não reportada ao governo, deliberadamente, para evadir impostos e contribuições para a seguridade social; e evitar o cumprimento de leis e regulamentações trabalhistas e os custos decorrentes do cumprimento de normas aplicáveis na atividade.

Diversos estudos indicam que o varejo brasileiro pratica até 40% de sonegação nas suas vendas, dependendo do setor. É quase como se dobrássemos os números oficiais publicados por órgãos como o IBGE. A distorção é que esse índice de sonegação não é praticado de forma equânime pelas empresas varejistas. Geralmente, quanto maior a empresa menor o grau de sonegação, até porque fica ampliada sua visibilidade perante governos, agentes e sociedade. O grande desafio é identificar os fatores que deixam rastros de sonegação, sem necessariamente perguntar diretamente.

Sonegação é como mortadela: muitos adotam, mas poucos admitem. Trabalhos desenvolvidos pelo Instituto ETCO em parceria com a FGV sugerem que, quanto maior o nível de atividade econômica, corrupção e carga tributária, maior a sonegação. De maneira inversa, quanto maior o volume de importações, menor a sonegação.

Pode parecer que a sonegação é um fenômeno de base econômica, mas não é. Para o Banco Mundial, por exemplo, trata-se de um fenômeno social, cuja base é que a sociedade tolera, e eventualmente aprova, que as empresas deixem de repassar recursos aos governos. É como um pseudo-Robin Hood, que tira dos ricos, mas depois se esquece displicentemente de dar aos pobres, embolsando sozinho esses ganhos. Nessa linha, já ouvimos justificativas como “a população se beneficia, pois podemos vender mais barato”. Balela. Quem se beneficia mesmo é a empresa que sonega e seus acionistas, pelo menos no curto prazo. A população deixa de receber recursos para infraestrutura, como saneamento, saúde, educação, segurança e transporte. A empresa saía ilesa dessa história, ou pelo menos assim parecia.

Nessa atuação, Robin Hood vai desenvolvendo em seu interior uma espécie de câncer, e as empresas sonegadores acabam se expondo perante funcionários e fornecedores, criando vários “sócios” involuntários. Tecnicamente, câncer é o crescimento desordenado de células, que acaba causando os tumores. Essa metáfora é exemplar, pois vários tumores podem ser identificados em uma rápida visita. Afinal, controlar as práticas de sonegação não é para qualquer um. São compradores obrigados a pedir ao fornecedor que emita meia-nota. É o DP que tem folha de pagamento paralela para controlar o pagamento das comissões pagas por fora do salário registrado em carteira. São gerentes de loja que administram a emissão dos cupons nos PDVs. E por aí vai.

Assim, desenvolvem-se mecanismos para planejar e controlar a sonegação, mecanismos esses que vão ficando cada vez mais sofisticados e, não raro, mais caros, conforme a empresa cresce. Multiplica-se uma plêiade de documentos oficiosos, que vão tornando a burocracia interna cada vez mais pesada. Perdem eficiência interna e eficácia externa, pois os melhores talentos do mercado não costumam ficar por muito tempo em empresas assim. Se a empresa não dá claros indícios de que essa situação é transitória, transitória é a permanência de verdadeiros talentos. Estudos mostram que as empresas integrantes da economia subterrânea são menos produtivas, e, portanto, menos competitivas. Acreditam que compensam suas ineficiências com escabrosos “ganhos não operacionais” da sonegação. Mas não conseguem, e o dinheiro que entra a mais de maneira indevida acaba sendo parcialmente absorvido pela ineficiência interna e pelo enorme passivo tributário e trabalhista que vai se acumulando.

Desnecessário dizer que a anacrônica estrutura tributária brasileira, com uma miríade de impostos, contribuições, taxas, tributos, normas, regulamentações etc. acaba dando brechas para sonegações gigantescas. Para piorar, a fiscalização ineficiente e frequentes anistias acabavam premiando quem sonegava, em detrimento de quem agia corretamente. Mas é exatamente aí que o jogo está virando. Se a tão esperada reforma tributária não ocorre, observa-se que pelo menos a fiscalização tem sido mais eficiente, com mecanismos tecnológicos que escanteiam do processo o fiscal corrupto e obrigam a empresa varejista a recolher seus impostos e multas quando autuadas. Piorou para melhor.

Assim, começamos a ter um ambiente com competição mais justa, em que a diferença de desempenho de uma empresa varejista será proveniente da qualidade da sua gestão. O Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV) tem como um de seus princípios que o desenvolvimento do varejo passa, necessariamente, por uma conduta ética e legal que contribua para o desenvolvimento do Brasil. O importante não é somente obter grandes resultados para os acionistas por meio de técnicas tributárias pouco ortodoxas, mas sim atender de maneira satisfatória todos os demais interessados, os chamados stakeholders. Assim, a fonte de lucro da empresa deve ser mercantil, sendo a venda de produtos e serviços a base constitutiva do seu desempenho econômico.

Normalmente, as grandes redes estão anos-luz à frente das pequenas e médias, não apenas porque cumprem as regras do jogo, mas porque já possuem mindset orientado ao mercado, e não a ludibriar os stakeholders. Possuem, ou estão mais próximas de possuir, competências em pessoas, processos e sistemas capazes de obter o lucro mercantil que seria natural em uma operação de varejo. Cabe agora ao pequeno e médio varejo reinventar sua gestão, profissionalizando-se o quanto antes, sob pena de ser vitima de uma falsa fórmula da riqueza. Realmente, piorou para melhor!

terça-feira, 14 de junho de 2011

Preços e Reajustes

É preciso estar atento, pois o vício da indexação de preços em um momento já afetado pela inadimplência e redução de crédito, pode desacelerar mais do que o previsto a nossa economia em 2011. (Sérgio Dal Sasso)


Fonte: infoMoney

Estima-se que para os próximos meses os preços administrados provocarão uma onda de reajustes, incidindo nos principais gastos dos consumidores, o que poderá comprometer a redução da inflação.

Alguns aumentos, como no caso do transporte, já foram repassados para o consumidor e pressionaram a inflação no primeiro semestre deste ano. Agora, espera-se reajustes em outros setores, como energia, telefonia, medicamentos, água, educação, saneamento entre outros.

Descumprimento da meta de inflação

Conforme matéria publicada pela Agência Brasil, analistas econômicos entendem que os preços administrados representam um risco real para o descumprimento do teto da meta da inflação em 2011, que é até 6,5%.

O professor de economia da PUC de São Paulo, Antônio Lacerda, ponderou, segundo a Agência Brasil, que a forte indexação no Brasil fará com que os preços administrados continuem a pressionar a inflação, o que impactaria na desaceleração dos índices.

De acordo com estimativas das instituições financeiras, os preços administrados devem subir cerca de 5% neste ano e 4,5% em 2012. Vale lembrar que nas últimas semanas as projeções ficaram estáveis, mas há dois meses, a previsão para este ano era 4,8% e há três meses, de 4,5%.

Na avaliação do economista chefe da consultoria Austin, Alex Agostini, também segundo a Agência Brasil, o risco de ultrapassar a meta é bastante significativo, principalmente porque a estimativa é de que os preços administrados subam o dobro do que avançaram em 2010.

Motivos

O principal motivo de alerta é que uma parte significante dos contratos administrados está vinculada ao Índice Geral de Preços, da Fundação Getulio Vargas. Influenciado pelo câmbio e pelos preços no atacado, esse índice sobe mais do que a inflação oficial medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em momentos de alta generalizada de preços.

Em janeiro, o Índice Geral de Preços – Mercado, que reajusta a energia e os aluguéis, atingiu 11,49% no acumulado em 12 meses. Durante o ano, o índice mostrou trajetória de queda, mas permanece acima da variação da inflação oficial. No mês passado, o índice de 12 meses caiu para 9,76%, enquanto o IPCA do período somou 6,55%.

Também calculado pela FGV, o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que reajusta vários contratos, chegou a ficar próximo de zero (0,01%) no mês passado. Apesar dessa desaceleração, os especialistas acreditam que os preços administrados continuarão a ser pressionados pelo IGP. “A desaceleração [do IGP] pode até ajudar no futuro, mas o fato é que esses índices chegaram a 12% no ano passado e teremos vários aumentos de tarifas nos próximos meses”, adverte Lacerda.

Para Agostini, ainda existem chances de que os preços administrados não influenciem tanto a inflação a ponto de estourar a meta. Esse cenário, no entanto, depende mais da conjuntura da economia do que da atuação do governo.

Tabu organizacional: dar e receber feedback

Autor: Caio Lauer
Fonte: Catho

Historicamente, o feedback foi mistificado como algo aversivo do qual vale a pena fugir. Esta é uma prática de extrema importância dentro da atividade profissional, pois é vital para o processo de desenvolvimento e treinamento dos colaboradores de uma organização. O intuito desta prática é levantar problemas e isto, de certa forma, distancia a participação dos envolvidos. Muitos não gostam de dar e receber feedback porque pode gerar conflitos na relação profissional, porém ignorar o fato é a pior alternativa.

Um dos maiores problemas das empresas é a falta de comunicação. O feedback é considerado um canal de diálogo, pois, por meio dele, é possível transmitir as expectativas de resultados e atitudes entre líder e subordinado. Um grande número de líderes optam por não dar feedback, preferem o silêncio a passar por uma situação na qual não estão preparados - as corporações ainda investem pouco no preparo para a aplicação do feedback. “O líder, ao se omitir, não está ajudando o subordinado. Ele se mantém em uma zona de conforto, mas não ajuda sua equipe a crescer”, conta Márcia Luz, coach executiva e pessoal.

A ansiedade em receber o feedback é um fator que pode decepcionar o profissional. O momento que nunca chega de um retorno do líder em relação às atividades do dia a dia pode frustrar. Outro ponto importante é a motivação, pois a falta de retorno e reconhecimento das tarefas faz com que a pessoa se sinta isolada e sem importância no grupo. “A expectativa de qualquer um após uma prova é a nota, ou seja, o feedback. É necessário que tenhamos um monitoramento constante do processo de desenvolvimento para sabermos se estamos atingindo o resultado esperado. O feedback constante é essencial para o acompanhamento do crescimento profissional”, opina Bernardo Leite, psicólogo com vasta experiência em administração de empresas. Segundo Bernardo, não trabalhamos apenas por salário, mas também por reconhecimento. “A falta de feedback causa uma desmotivação prejudicial à evolução profissional”, atesta.

Um feedback bem aplicado transforma comportamentos e posturas, e faz com que o profissional enxergue todas suas competências e capacidades. Na medida em que a companhia estabelece uma política de reorientação para o profissional, as pessoas se posicionam de maneira muito mais objetiva a fim de obter os resultados exigidos pela organização. O alinhamento dos objetivos é fundamental para a aplicação de um feedback qualitativo. Confira algumas dicas:

-foque no comportamento e não na pessoa;
-seja o mais específico possível, procurando citar exemplos;
-procure saber se o momento emocional é realmente adequado;
-fale de aspectos que podem ser modificados;
-não dê recados, fale sempre em seu próprio nome;
-assegure-se se a pessoa está entendendo perfeitamente a mensagem;
-use o caminho da verdade e da motivação.

Desenvolvimento do feedback

Nenhum profissional nasce sabendo e é totalmente possível desenvolver a habilidade para dar o feedback. O líder precisa aprimorar suas habilidades de comunicação, como ouvir mais os subordinados e se expressar de forma clara e objetiva. Para a aplicação de um feedback de qualidade é necessário estar bem sintonizado com o processo das ações diárias a fim de fazer o melhor acompanhamento possível. De acordo com Bernardo Leite, o líder deve orientar sua equipe para o melhor caminho para os resultados, e para tal, precisa ter total noção do que a empresa espera dele como profissional e do objetivo do negócio.

“Um feedback bem dado pode modificar o destino profissional de alguém porque, de repente, a pessoa se dá conta de habilidades e competências que não sabia. Ele também fortalece a autoestima e, com isso, os resultados aparecem”, afirma Márcia Luz. Para ela, receber o reconhecimento e a gratidão de uma chefia fica na memória e no coração das pessoas por muitos anos.

O Consumidor Brasileiro

Autor: Caio Lauer
Fonte: Catho

Em entrevista para o Carreira & Sucesso, Roberto Meir conta sobre sua trajetória profissional, atividades que desenvolve atualmente e revela o cenário atual das relações entre empresas e consumidores no País.

Boa leitura!

Você sempre foi envolvido com o mercado financeiro?

Tenho formação em engenharia química e comecei minhas atividades profissionais nesta área atuando na indústria de autopeças. Fiquei quatro anos e foi o suficiente para eu me desiludir e mudar para o mercado financeiro. Logo que iniciei neste novo ramo fiz vários cursos como administração financeira no mercado de capitais e marketing.

Em certo momento, me desapontei com as instituições de educação e decidi ser autodidata. Leio praticamente todo dia quatro jornais e faço questão de lê-los “em papel”, pois acredito que a leitura na internet não fixa tanto. Faço uma coletânea destes textos e possuo mais de 220 mil itens catalogados das coisas mais importantes que aprendi lendo. Leio as principais revistas e livros do mundo, de maneira que consiga concluir uma macrotendência, antecipando o que virá, sem depender de analistas ou consultores.

Quando sua carreira tomou o caminho para o tema “consumidor”?

Depois de anos no mercado financeiro, em 1994 aconteceu o surgimento do plano real e eu pensei: “este plano veio para dar certo”. Ali surgia um novo consumidor, porque a partir do momento que a inflação acabou, o ato de comprar se tornou diferente. O verdadeiro consumidor brasileiro surgiu a partir deste momento, porque ficou mais exigente, consciente, seletivo e informado.

Vejo muitas pesquisas que surgem ano a ano sobre as mudanças de comportamento do consumidor e dou risada! O consumidor não mudou. Na verdade, ele não para de mudar! A disseminação da informação, hoje, é muito mais veloz, mas o princípio é o mesmo. A transformação deste comportamento foi muito rápida e a maioria das empresas foram “pegas de calças curtas” e não acompanharam isto.

Então, quando surgiu o plano real, pensei que poderia educar esse consumidor. Fiz pesquisas em vários países para saber como faziam para informar seus consumidores internos e muitos países tinham publicações mantidas pelo governo. Mas a grande revista de consumo no mundo é a Consumer Reports, que tem mais de oito milhões de exemplares nos Estados Unidos – é a “bíblia” do consumo. Concluí que precisava criar aqui no Brasil um elo de ligação entre as empresas e os consumidores. Foi aí que criei a Consumidor Moderno.

E como foi a receptividade da publicação no mercado?

No início, diversas empresas ligaram querendo mostras os seus SACs (Serviço de Atendimento ao Consumidor). Conheci mais de 300 SACs neste período para entender qual era a política de atendimento dessas empresas. Muitas organizações, na época, não tinham estrutura, pois disponibilizavam secretárias para o atendimento com computadores de telas monocromáticas, por exemplo.

Passei a comparecer aos principais congressos do mundo relacionados ao assunto e trazia as notícias em primeira mão para o Brasil. Fui responsável por trazer o conceito de CRM (Customer Relationship Management) no País, que são ferramentas de gestão e relacionamento com o cliente. Desde o princípio eu discutia e era muito cético quanto ao sucesso destas ferramentas, pois eram muito ligadas à tecnologia. Pensava-se que apertando um botão, iria sair um cliente satisfeito do outro lado. Isso não existe! Fomos responsáveis por educar as empresas a não cometerem o suicídio de investirem milhões de dólares em ferramentas, sem antes ter a cultura corporativa de ter o foco no cliente.

Hoje, você é presidente do Grupo Padrão, responsável pela revista Consumidor Moderno. Em quais outros ramos a empresa atua?

Eventos, educação e mídia eletrônica. Quando vi que a revista traria lucro, resolvi diversificar o grupo. Entendi que deveria desenvolver uma empresa de comunicação com um número grande de produtos. Começamos a lançar um produto por ano, seja uma publicação, um congresso ou workshop.

Hoje, a Consumidor Moderno é cultuada como uma espécie de bíblia de relações de consumo e que escreve as regras de comportamento e como as empresas devem aprimorar suas melhores práticas de relacionamento. Conseguimos dialogar com todas as empresas e órgãos de defesa do consumidor, mostrando os caminhos que levam à satisfação total do consumidor.

Procuramos replicar este conceito que conquistamos na Consumidor Moderno também no varejo, com a parte de congressos, workshops, para juntar as cabeças pensantes deste ramo.

Qual sua função na Abrarec?

A Abrarec foi uma ideia que surgiu na comunidade de relacionamento para que houvesse uma entidade que os representasse. No primeiro modelo que vi nos Estados Unidos, entendi claramente que lá tudo funciona por meio de associações e comunidades e isso me inspirou.

Em 2003, eu e um grupo de executivos de diversas empresas, em sua maioria de telefonia, varejo, TV por assinatura e sistema financeiro, nos reunimos e lançamos a Abrarec. A proposta é contribuir para a harmonização das relações entre empresas e clientes em todas as esferas.

Dialogamos com os órgãos de defesa do consumidor, com a classe política e com a imprensa para mostrar tudo que vem sendo feito em termos de melhoria para o serviço ao consumidor.

Vivemos em uma sociedade paternalista. O brasileiro quer mimo, quer carinho e quer serviços de qualidade. Agora, o consumidor emergente que entrou na classe C não admite um mal atendimento. Eles disseminam a notícia com muito mais rapidez que a classe A e B sobre uma boa ou má experiência.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Sabedoria: percepção e respostas

Autor: Sérgio Dal Sasso
Fonte: www.sergiodalsasso.com.br

Sábio é todo aquele que consegue praticar os ensinamentos que muitos somente procuram teorizar. Tornam-se sábios pelo fato de não se preocuparem com a extensão dos feitos, pois os usam para si próprios procurando criar e intensificar o prazer interior dentro das condições reais existentes, independentemente da onde e quais forem.

Suas obras aparecem pela constância da pratica e através da observação e relato dos que o circundam. O mundo gira com seus conflitos e mudanças, mas o sábio sempre o domina com seu próprio ritmo, com sua própria filosofia e interpretação. Quando todos seguem as tendências, ele cria seu próprio caminho procurando acima de tudo estar de bem com a vida, com o coração acima da razão.

Um dia e na qualidade de observador, me encontrava sobre um penhasco, frente ao oceano atlântico, observando a paciência e tranqüilidade de um pescador oriental.

Horas se passavam, e mesmo sem peixes, nada fazia modificar a fisionomia alegre daquela pessoa, que sozinho continuava sem desanimar com o seu ritual de recolher a linha e realimentar a isca.

Já estávamos no por do sol, e ainda deparava com o paciente e tranqüilo oriental, que permanecia intocável, com sua estampa de prazer e satisfação, fiel ao que lhe fazia bem e aos seus propósitos.
Não resisti, fui ao seu encontro e perguntei: Como ele podia ter tanta paciência? Não seria mais fácil comprar o produto em uma peixaria?

E o sábio respondeu...

- Senhor não se trata de pescaria, não se trata de peixes, tenho neste momento a melhor oportunidade para justificar a minha existência.

- Veja esta pedra! Milhares de anos foram necessários para que o oceano cedesse espaço, para que ela surgisse e assim fossem destinados mais milhares de anos para que o tempo a desgastasse, lapidando-a até a sua formação atual e, simplesmente para que eu pudesse sentar, acomodar e visualizar toda esta vegetação que, também milenar, nos rodeia.

- Olhe para esse oceano (continuou o paciente pescador...) e sinta os milhares de peixes e outros milhares de seres vivos, que com sua fascinante habilidade, por aqui já se encontravam antes que me imaginasse neste santuário de paz e harmonia. Tenho apenas algumas décadas de vida e hoje mesmo sem peixes tive o grato privilégio de ter sido o escolhido, mesmo que por apenas algumas horas, para desfrutar desta maravilha.


Hoje diria que somos a divisão entre direitos e obrigações, e que na verdade para cada situação a ser vencida, dependemos do quanto nos incluímos de coisas que amamos sentir, para justificar o empenho e determinação nas que temos que fazer. Antes de cada peixe a ser fisgado devemos aprender a se encantar com as formas de usá-los e servi-los.

Sérgio Dal Sasso
“Empreendedorismo de A a Z”
www.sergiodalsasso.com.br
falecom@sergiodalsasso.com.br

quinta-feira, 9 de junho de 2011

No ambiente de trabalho nunca é dia dos namorados

Autor: Marina Gaspar
Fonte: Canal RH


Com a proximidade do dia dos namorados, o amor está no ar. Mas, no ambiente de trabalho, o relacionamento afetivo ainda gera controvérsias. Por mais que, por lei, as empresas não possam proibir o namoro entre funcionários, o fato é que 56% das companhias não permitem tal ligação, sob a justificativa de que as tomadas de decisões e a produtividade podem ser prejudicadas. O dado é de uma pesquisa da Trabalhando.com, empresa especializada em recrutamento, que ouviu 300 pessoas de 30 empresas. O índice, embora pareça alto, mostra uma abertura em relação às políticas aplicadas no passado e reflete, principalmente, que quem namora com colega de trabalho precisa ter bom senso para não prejudicar a carreira.

“Para se relacionar no ambiente de trabalho, as pessoas precisam estar maduras e prontas para o fato de que o relacionamento pode não dar certo e elas terão de conviver”, explica Célia Leão, especialista em comportamento e etiqueta corporativa. Ela lembra que as empresas exigem cada vez mais de seus funcionários e a alta carga de trabalho faz com que as pessoas permaneçam mais no ambiente corporativo e convivam ainda mais intensamente. “As pessoas passam a maior parte do tempo no trabalho. É natural que se interessem por quem está próximo”, diz.

Discrição é fundamental

A pesquisa indica alta aceitação dos profissionais quanto ao envolvimento com colegas de trabalho: 32% já o fizeram e outros 22% afirmam não ter restrição a tal envolvimento. Para esses casos, a receita de Célia é sempre optar pela discrição. “O relacionamento pessoal jamais pode interferir no dia a dia do trabalho”. Uma dica para os apaixonados é não cair na tentação de se isolar, pois a interação com os outros colegas pode ficar prejudicada, o que tende a afetar o resultado de projetos conduzidos em equipe. Na hora do almoço, o cuidado também deve existir. “Não há nenhum problema em almoçar junto ou segurar a mão, caso o relacionamento não seja mantido em segredo. Mas, sábio é quem sabe dosar”, ensina. Agarramentos e beijos estão fora de questão. Conversas românticas e o uso dos equipamentos da empresa para comunicação afetiva também não pegam bem.

Também é necessário atenção às confidências feitas aos colegas. “Ninguém precisa saber da sua vida sexual e roupa suja se lava em casa. Em casos de briga, ninguém deve falar mal do outro no ambiente de trabalho. Discrição sempre pega bem”. Nada impede, no entanto, que o casal assuma o relacionamento. “Se a empresa permitir o namoro, pode-se chegar e sair junto do trabalho, por exemplo”. Vale lembrar: por mais que a empresa não possa, por lei, proibir o namoro, é importante ficar de olho no regimento interno e no manual de boas práticas da companhia para saber o que é ou não tolerado internamente.

Nos casos que envolvem uma relação de subordinação ou os namorados trabalhem na mesma área, a situação é um pouco mais complicada. “O ideal é, ao ver que o relacionamento é sério, conversar com o superior sobre a possibilidade de um dos dois mudar de departamento”, diz Célia. O perigo não está só nos efeitos sobre a relação de trabalho, mas também sobre a vida conjugal. “Um assunto pode acabar se estendendo até em casa”. A especialista garante: com a dose certa de bom senso, tudo se ajeita. Para os mais precavidos, fica sempre a opção de trocar de emprego.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Dia dos namorados e dos associados...

A lista dos presentes mais cotados para o Dia dos Namorados também faz a alegria do Leão. Isso porque, na hora de comprá-los, os apaixonados esquecem que em um simples buquê de flores ou mesmo nos tradicionais bombons há incidência de tributos. Por isso, antes de fazer a escolha, é interessante saber qual o percentual que incide sobre cada produto.

De acordo com levantamento do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário), a tributação máxima incide sobre o perfume importado e é de 78,43%. Considerando a média de preço de R$ 150, mais de R$ 117 vão para os cofres públicos.

Já quem quiser presentear com um perfume nacional desembolsa um pouco menos com os tributos, mas o item também aparece entre os primeiros da lista, com 69,13% de incidência. Por outro lado, o livro é a opção com a menor carga tributária, que, graças a incentivos fiscais, chega a 15,52%.

Mais alternativas
Roupas, sapatos e joias costumam estar entre os campeões da preferência dos casais e apresentam uma tributação menor do que os perfumes. No primeiro caso, o total chega a 34,67% e, no segundo, a 36,17%. As joias, por sua vez, têm mais da metade do seu preço destinada aos tributos (50,44%).

Os eletrônicos também são citados com bastante frequência pelos enamorados, com destaque para os celulares, que carregam 39,8% de tributos. Até mesmo na compra de um cartão para não deixar a data passar em branco, o consumidor depara-se com um percentual de 37,48%

“Com a alta incidência da tributação no consumo de produtos, demonstrar o amor no Dia dos Namorados se torna extremamente caro, o que muitas vezes impede que o consumidor brasileiro compre o que realmente deseja”, destaca o presidente do IBPT, João Eloi Olenike.

Confira abaixo a tabela com mais produtos:

Quanto vai para o Leão
Produtos Percentual de tributos
1 Perfume importado
78,43%

2 Playstation
72,18%

3 Perfume nacional
69,13%

4 Tênis importado
58,59%

5 Vinho
54,73%

6 Joias
50,44%

7 Aparelho MP3 ou iPod
49,45%

8 DVD
44,20%

9 Moto de até 125 cc
43,81%

10 Bolsa de couro
41,52%

11 Telefonia celular
39,80%

12 Chocolate
38,60%

13 Calça Jeans
38,53%

14 CD
37,88%

15 Bombons
37,61%

16 Cartão do Dia dos Namorados
37,48%

17 Sapato e bota
36,17%

18 Roupas
34,67%

19 Cachecol
34,13%

20 Jantar em restaurante
32,31%

21 Teatro e cinema
30,25%

22 Ursinho de pelúcia
29,92%

23 Buquê (flores)
17,71%

24 Livros
15,52%

Fonte: IBPT

quinta-feira, 2 de junho de 2011

A hora e a vez dos empreendimentos criativos

Fonte: Canal RH
Autor: Marineide Marques

O Brasil é um país com rica diversidade cultural. O desafio é transformar isso em produção de riqueza. Pensando nisso, o Ministério da Cultura criou a Secretaria da Economia Criativa (SEC), com o objetivo de organizar e fomentar o segmento, estimulando empreendimentos criativos de forma a que eles se integrem ao mercado formal e passem a figurar nos índices econômicos. Em entrevista ao Canal Rh, a titular da Secretaria, Claudia Leitão, explica como o Ministério espera institucionalizar territórios criativos – bairros, cidades e pólos criativos regionais. Os desafios de Cláudia começam pelo mapeamento da economia criativa brasileira, cujos indicadores ainda são imprecisos, dada a informalidade desse mercado.

Canal Rh - Qual é a proposta da secretaria de economia criativa?

Cláudia Leitão - A Secretaria da Economia Criativa (SEC) pretende atuar nos dois níveis da economia criativa: o nível macroeconômico ou estrutural; e o nível microeconômico ou empreendedor. No âmbito macro, serão implementados programas e projetos de institucionalização de territórios criativos – bairros, cidades e as chamadas “bacias criativas” regionais. Além disso, teremos como objetivo fundamental mapear a economia criativa brasileira (qualidade e quantidade da produção e do consumo/fruição, infraestrutura de circulação/distribuição etc.). Outra meta diz respeito à construção e implementação de marcos regulatórios dessa economia nas dimensões tributária, previdenciária e trabalhista, a exemplo do que já preconiza a Lei do Microempreendedor Individual. No âmbito do empreendedorismo/gestão, o foco é na qualificação dos trabalhadores das indústrias criativas e na profissionalização da gestão dos empreendimentos criativos. Além disso, pretende-se fomentar os empreendimentos criativos através da implantação de incubadoras, da disponibilização de linhas de crédito específicas e da prestação de assistência técnica aos gestores desses empreendimentos.

Canal Rh - Quais os setores a serem beneficiados?

Cláudia - A Secretaria da Economia Criativa pretende trabalhar com todos os segmentos da Cultura (artes em geral, patrimônios material e imaterial, audiovisual etc.), acrescidos dos segmentos relativos às novas mídias (softwares, videogames, conteúdos digitais), ao design (gráfico, de interiores, de moda, de jóias, de brinquedos etc.) e aos serviços criativos (arquitetura, publicidade, culturais, recreacionais).

Canal Rh - Existe alguma estimativa de quanto a economia criativa movimenta no Brasil? E quantos empregos gera?

Cláudia - Os únicos dados existentes a respeito da economia criativa brasileira foram produzidos pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (FIRJAN). As estimativas apontam para uma participação de toda a cadeia criativa no PIB brasileiro em 2006 de cerca de 16,4%, o equivalente a R$ 381,3 bilhões. Além disso, a cadeia da Indústria Criativa como um todo responde por 21,8% do total de trabalhadores formais do país, ou 7,6 milhões de um total de 35,2 milhões.

Canal Rh - Qual é o potencial de crescimento para ambos os indicadores?

Cláudia - É preciso destacar que os dados da FIRJAN referem-se à economia formal, ou seja, essas estatísticas não conseguem captar os empreendimentos e os profissionais criativos que atuam na informalidade. Portanto, o potencial de crescimento imediato reside em um esforço para trazer essa economia “subterrânea” para a formalidade. Como não existem dados confiáveis a respeito do tamanho desse mercado informal fica difícil estimar, neste momento, o potencial de crescimento de emprego e renda da economia criativa brasileira.

Canal Rh - Como deve se dar a criação de núcleos de economia criativa? Eles devem ser interligados entre si?

Cláudia - O MinC, por meio da Secretaria da Economia Criativa (SEC), pretende trabalhar os diversos níveis dessa economia, começando pelo fomento de bairros criativos, passando pelo estímulo à institucionalização de redes de cidades criativas até a estruturação de territórios criativos, as chamadas Bacias Criativas, que representam pólos criativos regionais. Nestes dois últimos níveis, a interligação entre os diversos núcleos da economia criativa será claramente perceptível.

Canal Rh - Os núcleos são mais adequados a pequenas localidades ou não necessariamente?

Cláudia - Não há esta vinculação. Os núcleos de indústrias criativas podem ter a dimensão que o território comporta, desde um bairro pertencente a uma cidade de pequeno porte até uma região geográfica formada pela intersecção de dois ou mais estados da federação.

Canal Rh - Onde estão os melhores exemplos de economia criativa? Por que?

Cláudia - Estão nos países emergentes, como China e Índia, e em alguns países sul-americanos, a exemplo da Colômbia e do Chile. Nesses países o fomento à economia criativa constitui uma política pública de desenvolvimento. Ou seja, as indústrias criativas são tratadas como alternativa concreta de geração de emprego e renda e como elemento indutor do crescimento econômico.

Canal Rh - No que esses exemplos devem inspirar o modelo brasileiro?

Cláudia - Os exemplos citados são interessantes porque as políticas públicas adotadas nesses países são construídas a partir de condições sociais e econômicas similares às do Brasil, caracterizadas pela alta concentração de renda, média da população com baixo grau de escolaridade, infra-estrutura tecnológica precária e por um tecido econômico formado principalmente por micro e pequenas empresas. Essas similaridades, de alguma forma, sinalizam caminhos passíveis de ser percorridos. Por outro lado, a diversidade e a riqueza da cultura brasileira demandam intervenções muito específicas das políticas públicas, motivo pelo qual não é possível internalizar integralmente os modelos de desenvolvimento de outros países. Daí a necessidade de adotarmos soluções próprias.

Canal Rh - Como os demais ministérios podem colaborar para a economia criativa?

Cláudia - Com alguns ministérios, o MinC realizará ações conjuntas por meio de acordos de cooperação técnica e financeira. Com outros, serão realizadas parcerias apenas técnicas ou financeiras. O mais importante é que, ao pensarmos soluções para a escassez de crédito e de incentivos fiscais para as indústrias criativas, teremos que estabelecer uma interface direta com os Ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. A superação do obstáculo da incipiente formação profissional dos trabalhadores dessa economia, por exemplo, requer uma parceria estreita com o Ministério da Educação. De outro lado, a discussão sobre propriedade intelectual e direito do autor exigirá um diálogo constante com o Ministério da Justiça. O ponto de partida de construção dessa interface do Ministério da Cultura, através da SEC, com os demais ministérios será a implementação do Conselho Interministerial da Economia Criativa, o qual congregará boa parte dos ministérios e de onde sairão propostas de programas e projetos a serem executados pelo MinC e seus parceiros.

Canal Rh - Que tipo de política de fomento pode ser oferecida para o desenvolvimento da economia criativa?

Cláudia - A natureza intersetorial da economia criativa implica formulação de políticas públicas de forma coordenada e transversal a todos ministérios e não apenas no âmbito do Ministério da Cultura. Portanto, isto exigirá que o poder público promova a inovação e a criação de pequenos empreendimentos no campo criativo, facilite o acesso a mercados e ao financiamento, melhore a vinculação dos setores criativos com os setores produtivos tradicionais, melhore a infraestrutura disponível, promova o consumo cultural, garanta o acesso da produção nacional aos meios de difusão existentes (jornal, radio, televisão e cinema), proteja os direitos dos autores ao mesmo tempo em que permita maior acesso aos conteúdos, bens e serviços criativos. Por outro lado, deve facilitar o intercâmbio e o desenvolvimento de projetos multidisciplinares, assim como também promover a educação, a capacitação e a assistência técnica às indústrias criativas.

Projetos, empreendedorismo e futuro

(Sérgio Dal Sasso, consultor, escritor e palestrante. Palestras empreendedorismo para carreiras, profissões, empresas e instituições públicas. Portal: www.sergiodalsasso.com.br)

A vida é um grande palco onde temos que aprender com o que pesa das experiências e vivências, para que assim tenhamos luz própria para alcançar as próprias referências. Nossa construção dependerá sempre da solidez das bases que devemos formar para um agir sustentável e organizado diante das mais variadas situações e desafios a serem enfrentados nos desenvolvimentos dos projetos.

Ter idéias não é nada difícil, mas fazê-las saírem do campo dos sonhos, tornando-as reais é sempre algo desafiador, pois o grau de dificuldade não mais se encontra na comprovação da capacidade de quem desenvolve algo, mas no convencimento de que esse algo possa ter afinidades e interesse de consumo. Se no passado ainda existiam espaços para se criar algo novo, hoje a durabilidade de qualquer novidade é quase que instantânea, já que disputamos centímetro a centímetro o interesse dos mesmos públicos diante das infinitas possibilidades do como eles podem gastar seus recursos.

É no meio de um mundo de dificuldades que vamos ter que mostrar nossas aptidões talentosas, e enfatizando isso, devemos resumir nossos avanços indo de encontro com o que ainda não somos.

“Nunca diga que isso ou aquilo é um saco de se fazer, pois está no que a maioria não gosta o diferencial dos que acertam”.

Quantas vezes me deparo com meu próprio pensamento em querer pular as fases de algo que tenho que fazer, mas que por diversas razões não são do gosto pessoal, e quantas vezes as coisas não acontecem exatamente por estarem incompletas de informações e de gente que podia estar junto, mas que por caracteristicas suas e minhas, desprezamos por achar que são desnecessárias.

Quando falamos em projetos, falamos do que ainda está para ser feito, do futuro, das convicções e condições para sustentação e recursos à direção planejada, para que desafios e dificuldades sejam substituídos por oportunidades. Projetos dependem da qualidade dos estudos para que nos demonstrem o poder da sua viabilização, e nesse caso o passado devidamente registrado é algo fundamental para garantir a organização atual, sua avaliação e simulação do que fazer pelos objetivos.

Do lado qualitativo, e de olho no conjunto das coisas que nos fazem melhores, devemos pensar que sociedades complexas dependem dos valores de troca, que não mais podem ser desenvolvidos por hierarquias que enferrujam as decisões, mas por pessoas cujas qualidades se afinem pelos objetivos comuns, pelo compartilhamento de idéias e soluções que formem atrativos para que possamos conquistar e selecionar com quem vamos.

Fica fácil a gente aprender com a vida e depois olhar para os fatos do passado e pensar o como teria sido os resultados com a visão atual. Rever o passado é válido, mas diante do já foi registrado somente a disposição pela análise e vontade de mudar, pode somar para que nossa evolução hoje seja incorporada de mais seguranças pelo que acreditamos poder ser amanhã. Nesse sentido as saudades e as insatisfações devem ser adicionadas ou revistas mantendo o que de fato nos fizeram conquistar as coisas boas e aprendendo a se modificar, evitando os mesmos vícios e ausências que ajudaram nas falhas.

Sérgio Dal Sasso
“Empreendedorismo de A a Z”
www.sergiodalsasso.com.br
falecom@sergiodalsasso.com.br