Sérgio Dal Sasso: consultor palestrante administração, empreendedorismo e carreiras

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Organização de empresas de A à Z - Gestão e treinamentos

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

O repensar nos processos de canais de distribuição

Fonte: GS&MD
Autoria: Alexandre Horta
 
Zenão foi um filósofo grego, da escola pré-socrática, que elaborou uma série de observações sobre situações originalmente contraditórias. A forma inteligente com que estruturava a argumentação manteve gerações de estudiosos na busca de argumentos que comprovassem que os paradoxos desse filósofo fossem falsos.
 
Um dos mais famosos desses paradoxos foi o de Aquiles e a Tartaruga, onde Zenão argumentava que o herói grego Aquiles, por mais rápido que fosse, nunca conseguiria vencer a tartaruga em uma corrida, contanto que se desse a ela uma pequena vantagem, pois quando Aquiles chegasse à posição original de onde partira a tartaruga, essa já teria se deslocado um pouco mais a frente em uma nova posição (B). Quando, por sua vez, Aquiles alcançasse essa posição (B), a tartaruga teria se deslocado um pouco mais a frente a uma posição (C) e assim sucessivamente, ad infinitum.
 
Durante muito tempo, algumas redes de varejo acreditaram que a mera observação e adaptação do que acontecia nos mercados dos países mais desenvolvidos, era suficiente para lhes garantir uma larga vantagem em relação aos seus competidores e, principalmente, na capacidade de cativar os seus clientes, posicionando-se como inovador.
 
Essa situação confortável vem sofrendo uma rápida erosão, uma vez que a barreira que impedia aos consumidores brasileiros de tomar para si próprios a responsabilidade de experimentar os padrões desenvolvidos pelos benchmarkings do varejo internacional vem caindo vertiginosamente.
 
Mais e mais brasileiros têm viajado ao exterior e criado coragem de realizar o seu shop tour pelas principais marcas do varejo mundial. Do outro lado, algumas dessas marcas eleitas como favoritas passaram a se utilizar do universo digital como instrumentos para estabelecer vínculos diretos com o consumidor brasileiro (mesmo aqueles que não podem viajar ao estrangeiro) e poder avaliar as reações do nosso mercado, dentro de um contexto de menor risco e com exposição controlada. Adicionalmente, um certo contingente de consumidores brasileiros já se valia de realizar compras em sites internacionais (Amazon, B&H, Sephora, GAP, etc.), alguns dos quais se animaram a criar páginas exclusivas para se comunicar com o consumidor brasileiro.
 
Essa situação, fruto da melhoria econômica e também cultural de uma parcela significativa da população brasileira, impõe um desafio não desprezível de mudança no modelo mental de muitas empresas, de se preocupar apenas com a superfície das inovações propostas (e que leva inapelavelmente a mera imitação), pois isso não será mais suficiente para impressionar um contingente cada vez maior de consumidores.
 
Os filósofos e matemáticos levaram um tempo impressionante para conseguirem descobrir a fórmula precisa para demonstrar a imprecisão do paradoxo formulado por Zenão, porém isso chegou ao fim após avanços no desenvolvimento da lógica e da matemática. As empresas que acreditam que o consumidor é como Aquiles e que nunca irá alcançar a tartaruga, poderão se surpreender, negativamente.

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