Sérgio Dal Sasso: consultor palestrante administração, empreendedorismo e carreiras

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Organização de empresas de A à Z - Gestão e treinamentos

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Liderança, disciplina e quebra de paradigmas

Fonte: HSM Management (Canal RH)
Autora da matéria: Mirela Tavares
 
Disciplina e mudança estiveram no centro da apresentação da presidente da Petrobras, Graça Foster, assim como do consultor Ram Charan, especialista em gestão de pessoas, que deixaram uma mensagem clara ao público do HSM Management: sem planejamento, disciplina e "amor" por mudanças, a gestão não leva a empresa a nenhum lugar.
Em sua palestra, cujo tema foi "Gestão e Transformação dos Desafios em Oportunidades”, a presidente da Petrobras procurou mostrar como o planejamento – seja estratégico, financeiro, de gestão e tecnológico - precisa contar com um alto rigor disciplinar para efetivamente permitir que a empresa assuma riscos em busca de oportunidades. Necessidade que se torna ainda maior quando se trata de uma organização nos moldes da Petrobras, que trabalha projetos de longo prazo, o que torna qualquer erro de planejamento uma perda significativa de tempo e de dinheiro.
Ao apresentar uma breve evolução da estatal, desde a sua fundação em 1954 até a atual expansão mundial, Graça demonstrou como cada passo foi detalhadamente pensado, estudado e literalmente calculado, considerando os mais diversos tipos de cenários para a empresa. "Tudo na indústria de petróleo precisa ter um horizonte", disse ela, que antes de finalizar a palestra garantiu: "Nós já estamos trabalhando em cima dos planos para 2030".
E quando usa o pronome nós, ela se refere literalmente a todos os 85 mil colaboradores da Petrobras, além da mesma quantidade de terceirizados. Como as áreas da companhia atuam de forma muito interligada, todas as decisões requerem o comprometimento e muita integração entre elas, o que mais uma vez exige um rigor disciplinar alto e sinergia administrativa entre os gestores. "Sempre digo às pessoas que trabalham mais próximas a mim que não posso ter uma régua e o meu colega de projeto outra; as medições têm de ser iguais." Até porque durante o processo de gestão e na visualização de grandes oportunidades é preciso assumir riscos para atingir metas. Nesse momento, ela reforça: "A empolgação é grande, mas tem de ser substituída por disciplina de todos da companhia".
Disciplina que precisa contar também com uma mesma linguagem administrativa entre todos da empresa. Por conta disso, Graça citou a importância da informação relevante ser disseminada na organização, respeitando as necessidades de confiabilidade. Uma gestão eficiente requer um conjunto de dados e de informações consistentes à mão. "Não podemos ter dez dias para ter a informação e dez minutos para tomar a decisão", disse ela, acrescentando que produção, projeção de receita, indicador de endividamento, entre outras referências fundamentais para se definir e reavaliar cenários precisam estar sempre disponíveis. Cuidado que levou a empresa a criar uma gerência executiva de desempenho ligada diretamente à Presidência para evitar perda de tempo e garantir mais agilidade e segurança nas tomadas de decisão.

 
Amor por mudanças
Para Foster, o tempo para buscar essa informação consistente e usá-la de forma disciplinada para entender e saber lidar com os diferentes cenários pelos quais passa qualquer companhia é tão necessário quanto beber água todos os dias. Conhecimento que tem permitido à Petrobras seguir com o seu plano estratégico e redesenhá-lo de forma programada ou sempre que necessário, como aconteceu com a descoberta do pré-sal.
Atitudes que caberiam como exemplos na palestra de Ram Charan, que citou entre alguns pontos fundamentais para os verdadeiros líderes do século 21 "amar" mudanças e ter conhecimento suficiente para saber orientar sua gestão por elas. "Se não gostam disso, não assumam cargos de liderança. Parem de trabalhar e comecem a dar aula", aconselhou ele.
Charan citou marcas como Apple, Samsung e IBM como exemplos de empresas que souberam aproveitar as transformações de cenários, entendê-los e se reposicionarem rapidamente, enquanto outras como Nokia e Kodak se perderam pelo caminho. "Precisamos sincronizar a nossa situação com a necessidade de mudar", disse ele, lembrando também da importância de entender que o mundo está totalmente conectado. "A velocidade é o nome do jogo", destacou.
 
Mas "amar" mudanças e se orientar por elas; ter velocidade para se adaptar; ter consciência que se você não fizer algo, o mundo conectado fará, e saber se reposicionar com essa rapidez não adiantam nada se não houver coragem para tomar atitudes. "Empresas como Nokia e Blackberry sabiam que o iPhone estava vindo aí, então não mudaram ou porque não entenderam as transformações que estavam acontecendo ou porque não tiveram coragem de mudar", disse.
Para o especialista, os líderes do século 21 precisam também saber visualizar cenários, apesar de ressaltar que não podem ser "alucinações" que comprometem a gestão, como muitas vezes acontece. "Precisam ser críveis", disse. Cenários que devem contar com pessoas que saibam lidar com eles para garantir gestões eficientes. "Um líder precisa ter ao lado pessoas que consigam traduzir essas mudanças e serem proativas, porque senão nada do que você pensar será executável", disse.
 
Para enfrentar a dinâmica dos tempos atuais, Charam sugere uma curiosidade obsessiva e uma observação constante pelo que acontece no mundo. "Quem diria há alguns anos que a China daria as cartas da economia mundial? Ou que a Espanha teria os índices de desemprego que tem hoje?". Por conta disso, é fundamental que um gestor saiba praticar o que ele chama modelo de queda, visualizando o estado em que se encontra hoje e saber projetar isso para cima ou para baixo.
 
O último dia do HSM ExpoManagement contou com a participação da presidente da Petrobras, Graça Foster, que pregou planejamento e disciplina como ferramentas para uma gestão de longo prazo. Ela também destacou a necessidade de comprometimento e integração dos times, sem esquecer que é preciso assumir riscos para atingir metas.
 
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