Sérgio Dal Sasso: consultor palestrante administração, empreendedorismo e carreiras

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Organização de empresas de A à Z - Gestão e treinamentos

terça-feira, 14 de junho de 2011

Preços e Reajustes

É preciso estar atento, pois o vício da indexação de preços em um momento já afetado pela inadimplência e redução de crédito, pode desacelerar mais do que o previsto a nossa economia em 2011. (Sérgio Dal Sasso)


Fonte: infoMoney

Estima-se que para os próximos meses os preços administrados provocarão uma onda de reajustes, incidindo nos principais gastos dos consumidores, o que poderá comprometer a redução da inflação.

Alguns aumentos, como no caso do transporte, já foram repassados para o consumidor e pressionaram a inflação no primeiro semestre deste ano. Agora, espera-se reajustes em outros setores, como energia, telefonia, medicamentos, água, educação, saneamento entre outros.

Descumprimento da meta de inflação

Conforme matéria publicada pela Agência Brasil, analistas econômicos entendem que os preços administrados representam um risco real para o descumprimento do teto da meta da inflação em 2011, que é até 6,5%.

O professor de economia da PUC de São Paulo, Antônio Lacerda, ponderou, segundo a Agência Brasil, que a forte indexação no Brasil fará com que os preços administrados continuem a pressionar a inflação, o que impactaria na desaceleração dos índices.

De acordo com estimativas das instituições financeiras, os preços administrados devem subir cerca de 5% neste ano e 4,5% em 2012. Vale lembrar que nas últimas semanas as projeções ficaram estáveis, mas há dois meses, a previsão para este ano era 4,8% e há três meses, de 4,5%.

Na avaliação do economista chefe da consultoria Austin, Alex Agostini, também segundo a Agência Brasil, o risco de ultrapassar a meta é bastante significativo, principalmente porque a estimativa é de que os preços administrados subam o dobro do que avançaram em 2010.

Motivos

O principal motivo de alerta é que uma parte significante dos contratos administrados está vinculada ao Índice Geral de Preços, da Fundação Getulio Vargas. Influenciado pelo câmbio e pelos preços no atacado, esse índice sobe mais do que a inflação oficial medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em momentos de alta generalizada de preços.

Em janeiro, o Índice Geral de Preços – Mercado, que reajusta a energia e os aluguéis, atingiu 11,49% no acumulado em 12 meses. Durante o ano, o índice mostrou trajetória de queda, mas permanece acima da variação da inflação oficial. No mês passado, o índice de 12 meses caiu para 9,76%, enquanto o IPCA do período somou 6,55%.

Também calculado pela FGV, o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que reajusta vários contratos, chegou a ficar próximo de zero (0,01%) no mês passado. Apesar dessa desaceleração, os especialistas acreditam que os preços administrados continuarão a ser pressionados pelo IGP. “A desaceleração [do IGP] pode até ajudar no futuro, mas o fato é que esses índices chegaram a 12% no ano passado e teremos vários aumentos de tarifas nos próximos meses”, adverte Lacerda.

Para Agostini, ainda existem chances de que os preços administrados não influenciem tanto a inflação a ponto de estourar a meta. Esse cenário, no entanto, depende mais da conjuntura da economia do que da atuação do governo.

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