Sérgio Dal Sasso: consultor palestrante administração, empreendedorismo e carreiras

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Organização de empresas de A à Z - Gestão e treinamentos

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Quando chega a hora de parar e recomeçar uma nova carreira

Fonte: Canal RH
Autores: Danile Lessa e Márcio Jardim


Sempre que se fala em desligamento ou mudança de carreira, a palavra de ordem é planejamento. No entanto, nem sempre é possível calcular todos os fatores dos milhares de eventos que a vida nos reserva, seja no âmbito pessoal como profissional. Eventualmente, os limites se impõem antes do previsto ou do desejado pelo profissional e a aposentadoria chega a ser encarada como uma derrota. Entretanto, a vitória de alguns profissionais está em ter descoberto a habilidade essencial para o sucesso: o talento de recomeçar.

As trajetórias do ex-jogador de futebol Ronaldo Nazário de Lima, o Fenômeno, e do maestro da Orquestra Bachiana Filarmônica do Sesi/SP, João Carlos Martins, são exemplares para demonstrar que começar de novo é possível. Ronaldo, que deixou os campos de futebol na semana passada, declarou ter sido vencido pela doença: o hipotireoidismo, que tornou impossível a manutenção do físico atlético exigido pelo esporte. No mesmo dia, o jogador já informava seu novo rumo na carreira: dedicar-se à sua empresa de marketing esportivo, a Nine, que trabalhará como uma consultoria de atletas de alto desempenho.

A carreira de Ronaldo no esporte foi marcada por uma lesão física séria no joelho; ao passo que em sua vida pública tiveram destaque casamentos e separações. Tanto sua imagem esportiva como de celebridade foram abaladas por tantos percalços, mas ele sempre se recuperou, confirmando que o apelido, Fenômeno, não lhe foi dado à toa.

Um homem realizado

No entanto, Ronaldo não é o único fenômeno brasileiro. Martins, da orquestra do Sesi, é outro profissional que enfrentou lesões, tratamentos, recuperações e recaídas até ter que mudar de carreira, de pianista especializado em Johann Sebastian Bach para maestro de uma orquestra especializada no mesmo compositor. “No meu caso, não acredito que houvesse qualquer outra opção fora da música; todas as vezes que tentei me afastar dela, posso afirmar que não foi uma boa decisão”, lembra.

Martins conta que se viu obrigado a deixar o piano devido a uma Lesão de Esforço Repetitivo (LER) nas mãos. Ele enfrentou diversos tratamentos até recuperar os movimentos e voltar a tocar, mas, em uma viagem à Bulgária, sofreu um assalto e um golpe na cabeça, resultando em um trauma que o impediu a continuar sua atividade como intérprete.

Esse poderia ser o fim para muitos profissionais, mas Martins decidiu encarar o desafio de coordenar uma orquestra que tocasse apenas músicas de Bach. “A parada total não é obrigatória; a gente sempre pode buscar alternativas para se manter, pelo menos, perto daquilo que ama”, avalia e completa: “Apesar de tudo, hoje posso dizer que sou um homem realizado”.

Independentemente do momento de parar ter chegado cedo demais ou conforme o esperado, Martins acredita que os profissionais precisam estar atentos ao seu próprio desempenho e ter bom senso para reconhecer quando não são mais capazes de realizar sua atividade com a mesma desenvoltura de épocas anteriores. “Li uma vez num cartão que a gente tem de ter coragem para superar os obstáculos a nossa frente e humildade para reconhecer quando os mesmos são insuperáveis”, comenta.

Lidando com o insuperável

Mesmo em situações como as de Martins e de Ronaldo, em que algo insuperável se interpôs na trajetória profissional, especialistas afirmam que planejamento continua a ser essencial. Na opinião da consultora de Recrutamento e Carreira da J&P Emerging Enterprises, Juliana Guinsani, pensar também no imponderável deve fazer parte de um bom planejamento. “Nem sempre as coisas vão sair como o esperado, mas é essencial estar preparado, mesmo para as surpresas; por isso, ter um plano B é importante: ele ajudará a mudar rotas na carreira sem grandes traumas”, alerta.

Segundo ela, um caminho interessante para os profissionais que não conseguem mais desempenhar com a mesma desenvoltura as realizações de outrora, é utilizar as experiências vividas na carreira para se tornarem, por exemplo, consultores. “É como técnicos no meio esportivo; muitos deles foram atletas e usam o que aprenderam na carreira para orientar aos mais jovens”, compara.

De acordo com o diretor-executivo da consultoria Innovia, Ricardo Augusto Moreira Barbosa, mesmo em situações em que os profissionais se veem obrigados a mudar os rumos de sua carreira, por causa de limitações físicas, por exemplo, existe a necessidade de saber o que conseguem realizar e adaptar as suas competências atuais aos novos desafios. Ricardo afirma que independente aos motivos que levem alguns profissionais a repensarem suas carreiras, um fator chave para fazer uma leitura de como continuar a trajetória profissional é a motivação. “Sem motivação, todo profissional sempre vai se sentir desconfortável com a sua carreira e poderá avaliar os obstáculos como mais complexos do que realmente são.”

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