Sérgio Dal Sasso: consultor palestrante administração, empreendedorismo e carreiras

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Organização de empresas de A à Z - Gestão e treinamentos

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Liderança servidora não é o mesmo que liderança “fazedora”

Autor: Professor Paulo Sérgio Buhrer
Fonte: www.professorpaulosergio.com.br

Existe certa confusão entre liderança servidora com a liderança fazedora. Primeiramente, quem precisa fazer o trabalho dos colaboradores, tendo em vista que estes não o realizam a contento, não é um bom líder. No máximo, seria um bom capataz, chefe, gerente.

Há autores, palestrantes, renomados no mercado, que mantêm a opinião de que a liderança de servir não gera resultados às organizações, o que é, uma grande inverdade. Há muita discussão sobre o tema liderança e, certamente, temos que respeitar as mais variadas opiniões, pelo fato de que, se onde estivermos, seja no campo das ideias ou da aplicação prática dessas ideias, estamos sempre aprendendo, evoluindo. Contudo, em assuntos como motivação, vendas, liderança, carreira, não há AXIOMAS, mas sim, caminhos em busca da excelência, poucos deles, consolidados ou imutáveis.

O que não se pode fazer é negar um conceito difundido há anos e que se mostra, pelas mais renomadas pesquisas, estatísticas, que gera resultados incomparáveis às empresas, equipes.

A liderança servidora não, necessariamente, faz com o que o líder execute qualquer tipo de trabalho. Aliás, há líderes (e esse é o papel deles) que não executam qualquer trabalho de operacionalização, mas são tão capazes de alocar pessoas e recursos certos nos lugares certos, que este é o GRANDE DIFERENCIAL: eles geram resultados no campo das ideias, das estratégias, da motivação de pessoas.

Não podemos subtrair os valores da liderança servidora, tampouco negar os resultados da LIDERANÇA RECÍPROCA, que tenho difundido sempre, por ser um conceito próprio, mas, sobretudo, porque fica fácil a percepção de que gera enormes resultados, é claro, desde que esteja alinhada aos objetivos, missão, visão e valores da empresa.

Temos que tomar cuidado para não gerarmos uma grande confusão entre a liderança que serve, e a que executa. A liderança que serve, quando o colaborador não consegue executar seu trabalho, diz: “Olha só, você me parece com um potencial muito maior do que o que vem nos apresentando. Você sabe que vivemos de resultados e, principalmente, positivos. É isso que queremos de você. Como é que podemos lhe ajudar para que você nos apresente o melhor que pode? Onde estamos errando com você, ou você e vice-versa?” Note que é uma conversa franca. O líder mostra que não está contente com os resultados, mas, que acredita no potencial do indivíduo e pede ajuda para que consigam encontrar a melhor solução.

A liderança “fazedora”, possivelmente, diria: “Bem, você não está conseguindo realizar o seu trabalho direito. Vamos chamar outra pessoa ou, eu mesmo realizo esse trabalho que me parece tão simples”. Note que não há encorajamento algum do colaborador. A liderança fazedora não treina, não promove a evolução, apenas faz e, a longo prazo, impede o crescimento da empresas, pois não promove o desenvolvimento de pessoas para que tarefas possam ser delegadas.
Servir não é no sentido de se tornar escravo dos colaboradores, aceitar a improdutividade, o descaso. A liderança do servir é treinar, dar oportunidades para que a pessoa encontre significado no trabalho e para que perceba o quanto é importante para a geração dos resultados, que precisa entregar seu potencial maior à empresa e à equipe da qual faz parte.

Numa empresa de construção civil, o líder fazedor pergunta ao seu colaborador: “o que você está fazendo?”, e este diz: “Poxa chefe, não está vendo, estou assentando tijolos”. Na liderança que serve, o líder faz a mesma pergunta e eis o que o colaborador responde: “Amigo, estou ajudando a construir o sonho de uma pessoa”.

Um belo ditado chinês diz o seguinte: dois homens caminhando por uma estrada, cada um com um pedaço de pão, quando se cruzam pela estrada e trocam os pedaços de pão, cada um vai embora com um pedaço de pão; dois homens, caminhando por uma estrada, cada um com uma ideia, quando se cruzam pela estrada e trocam as ideias, cada um vai com duas ideias embora. É fantástico, e liderança servidora não tem nada a ver com FAZER O PÃO, mas sim, em dar ideias, treinamentos, maneiras de fazê-lo, para que todos tenham pão.

Outro ponto é negar os exemplos de pessoas notórias, que deram uma enorme contribuição à liderança servidora. O fato é que, especialmente, pessoas como Gandhi, Madre Tereza, Jesus Cristo tinham outros propósitos que não a acumulação de riquezas e, certamente, é isso que aborrece a muitos o estilo de liderança que pregaram. Não meramente falando no aspecto religioso, até porque nenhum deles disse que a pobreza salva, que a pobreza faz bem, que ela enobrece o ser humano. É outro erro de interpretação. O que eles diziam é que não é interessante que UM seja bilhardário, enquanto UM BILHÃO são miseráveis, o que é plausível. O JEITO de liderar desses respeitáveis nomes não coaduna com o princípio do “POUCOS NO LUXO e MUITOS NO LIXO”.

A forma de liderança servidora e recíproca pode ser aplicada a toda e qualquer organização ou pessoa que se alinhem aos princípios destas. Obviamente que, se o único e gélido objetivo é o lucro para poucos, tais aspectos e princípios dessa liderança podem não surtir os resultados particulares esperados.

Enquanto muitos de nós ainda estudamos maneiras de promover a motivação, o interesse, de dar vida à OBRA de cada colaborador, mostrando que são peças fundamentais de uma engrenagem, esses GRANDES LÍDERES apontados, há séculos, já sabiam e faziam isso.

Um forte abraço, sucesso e felicidades, sempre!

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