Sérgio Dal Sasso: consultor palestrante administração, empreendedorismo e carreiras

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sexta-feira, 6 de agosto de 2010

A crônica da paixão juvenil pela vida

Autor: Nelson Tanuma

Aos 19 anos de idade, li um exemplar da Revista "Seleções do Reader Digest", onde, no rodapé de uma das páginas, encontrei um instigante texto extraído do livro: "Racundra’s First Cruise" (O primeiro cruzeiro de Racundra’s), contendo o pensamento escrito pelo falecido jornalista e escritor de contos infanto-juvenis, o Inglês Arthur Ransome, que me chamou sobremaneira a atenção, e marcou de forma indelével, a maneira com que percebo o que chamam de "espírito da juventude"; o texto dizia o seguinte:

"As casas não são mais que barcos mal construídos, tão solidamente implantados no chão, que não se pode sequer pensar em movê-las. Não há dúvidas que são coisas inferiores, que pertencem mais ao reino vegetal que o animal, enraizadas e estáticas, impassíveis à transição. A decisão de construir uma casa vem daquele desejo mórbido de uma pessoa que se contenta em ter, a partir daí, um só ancoradouro. A decisão de construir um barco, porém, é aquele desejo da juventude, que se recusa a aceitar um lugar de repouso final."

Naquele instante tive um insight sobre o significado da "alma jovem", que independe da idade cronológica. Voltei no tempo e revivi com todas as cores, o sentimento da criança destemida que fui um dia. Me vi invadido por uma vontade incontrolável de buscar novos horizontes; como a criança que após abandonar a segurança do ventre materno, engatinha e aprende a andar depois de muitos tombos; que aprende a se alimentar depois de fazer muita sujeira; que não tem vergonha de sujar as fraldas até aprender a controlar suas necessidades fisiológicas.

Então, me fiz uma pergunta crucial: Será que essa criança que fui um dia teria orgulho de mim hoje?

Hoje em dia, no meu escritório de trabalho, sob o vidro transparente que cobre a minha mesa, entre vários objetos e documentos; tenho duas coisas preciosas que guardo com muito carinho, uma delas, consiste em meia folha de papel sulfite onde encontra-se digitado o pensamento de denominei "juventude", e a outra, é uma foto minha com seis meses de idade. Lá estou eu, usando meia, macacãozinho e touca na cabeça, "com um ar inocente de um ser que acreditava que o mundo resumia-se a pessoas carinhosas e afáveis como pai e mãe".

O paradoxo reside no fato de que sou proprietário de uma Imobiliária, e percebo casos de clientes que após lerem o pensamento de Arthur Ransome, ficam com fisionomia de perplexidade por não entenderem como um vendedor de imóveis pode considerar casa como sendo "coisas inferiores que pertencem mais ao reino animal do que vegetal". Eu sempre me divirto com essas coisas, por dentro, é lógico, afinal de contas, creio que seriedade seja o que meus clientes esperam de mim.

Sempre desejei que alguém me perguntasse o porquê daquela frase sobre minha mesa! Tenho duas teorias hipotéticas a respeito disso:

- Primeira hipótese: eles entenderam o sentido metafórico do “espírito de juventude” contido no pensamento, em consonância com a minha filosofia de vida;

- Segunda hipótese: eles concluiram que eu seria um “sujeito frustrado”, que deveria ter fixado aquele pensamento por não gostar do trabalho que executa, e que, apesar de vender casas, mas não estaria satisfeito em morar numa casa, pois teria como grande sonho, viver navegando “mar afora” ou “mar adentro”, como o faz a família Schurmann;

A única pergunta que me fizeram após lerem o pensamento foi: hoje em dia está fácil ou difícil de vender imóveis?; a minha resposta foi: “tá mais ou menos, mas a gente vai levando!, e, na sequência, o comentário foi o seguinte: “é, a concorrência no mercado imobiliário está “brava”, né? Ninguém tem dinheiro prá nada! Então...não falo mais sobre metáforas de barcos, oceanos, sonhos de viagens e de juventude, e sobre outras coisas que considero essencias embora sejam invisíveis aos olhos; fico apenas com vontade de dizer algo parecido como: “tá ruim mas tá bom!.”, e, volto meu foco para a tela do meu PC. e continuo a elaborar meus contratos.

Seria maravilhoso, se pudessemos “congelar” as imagens como numa tela de vídeo, os bons momentos que passamos com as pessoas que amamos, o qual seria uma obra de arte que certamente retrataria a paixão pela vida, as quais, deveriam, eternamente, ser da mesma maneira que escreveu o dramaturgo William Shapeskeare: "Vem, senta aqui do meu lado, e deixa o mundo girar, jamais seremos tão jovens!"

O meu desejo de sempre, é que esse "espírito jovem" não me abandone e caminhe sempre comigo. Desejo que caminhe também junto com todos aqueles que buscam encontrar o "paraíso perdido da bem-aventurança e da eterna juventude", o qual de forma simbolica e metafórica, está guardada sob a Pedra Filosofal que os Alquimistas de épocas passadas tentaram em vão transformar o chumbo em ouro; o ouro simboliza a " fonte da eterna juventude", que ao sofrer o fenômeno químico da "transmutação", nos levaria ao mundo onde: "Felicidade, Harmonia, Paz, Justiça e Amor e jorrassem como um fonte inesgotável de águas cristalinas".

Ainda não sei onde fica esse lugar, mas me recuso a desistir de acreditar que possa existir!

Um comentário:

  1. Prezado Consultor Sérgio Dal Sasso.

    Quero parabeniza-lo pelo seu brilhante trabalho na gestão do Blog Educacão Profissional, e agradecer pela publicacão de artigo de minha autoria.

    Atenciosamente.

    Nelson Ytsuo Tanuma

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