Sérgio Dal Sasso: consultor palestrante administração, empreendedorismo e carreiras

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Organização de empresas de A à Z - Gestão e treinamentos

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Profissionais com a capacidade de “desaprender” alcançam mais sucesso

Fonte: Canal RH
Autor: Daniela Lessa

Em visita ao Brasil, o diretor de teatro Eugenio Barba, um dos mais famosos do mundo e fundador do laboratório de teatro europeu Odin Teatret, declarou que “depois de muito esforço para aprender é preciso fazer todo o esforço contrário para ‘desaprender’”. Por mais paradoxal que pareça a afirmação, Barba não está sozinho em seu argumento. No ambiente corporativo, muitos especialistas concordam que os profissionais que têm essa capacidade de “desaprender” acabam alcançando mais sucesso na carreira.

O consultor César Souza, autor de livros na área de gestão e carreira, acredita que as pessoas que têm essa capacidade e desenvolvem um espírito inovador, conquistam mais sucesso porque conseguem limpar os canais e os sentidos para aprender o novo. “Elas questionam mais e o questionamento é a base do crescimento”, analisa.

Na sua avaliação, esse tipo de pessoa é daquelas que foge da mesmice e sempre tem ideias de novos produtos e novas formas de fazer as mesmas coisas, o que acaba resultando em soluções para clientes, parceiros, comunidades, acionistas, gestores, canais etc. “Às vezes saem aqueles empreendimentos interessantes e matadores, que chegam a dar inveja e fazem a gente reconhecer a genialidade dizendo: ‘como é que eu não pensei nisso antes e não gerei valor a partir dessa idéia tão simples”, observa.

Souza lembra, ainda, que as melhores ideias, as que promovem a inovação realmente, residem na simplicidade. Ele propõe até um neologismo unindo os dois termos: “inovatividade” e diz que “para ter ‘inovatividade’ é preciso desaprender o que se tornou inútil.”

Empresas despreparadas

Com visão semelhante, a psicóloga cognitivo-comportamental e coaching de executivos Catarina Vidal comenta que os profissionais com capacidade de “desaprender” não só alcançam mais sucesso na carreira como são pessoas mais saudáveis na vida de um modo geral. “A atitude de adotar recorrentemente um comportamento-padrão mesmo em situações diferentes é o que se caracteriza como neurose”, explica. Para ela, o fundamental é as pessoas perceberem que “na vida a única constante é a mudança”.

No entanto a psicóloga comenta que nem todas as empresas estão preparadas para lidar com comportamentos inovadores de seus colaboradores. Catarina observa que é comum as corporações realizarem processos de seleção extremamente rigorosos para contratar profissionais criativos e proativos e depois se queixarem justamente dessas características. “Às vezes a pessoa entra na empresa e a primeira coisa que fazem é cortar a cabeça dela para que não pense tanto”, comenta.

De acordo com a análise de Souza e Catarina, as relações entre profissionais com perfis diferentes podem resultar em conflitos ou benefícios para as empresas, a diferença muitas vezes está na habilidade dos gestores para administrar as ambiguidades nas diversas situações. Eis a análise dos consultores sobre algumas possibilidades:

Chefe rígido X colaborador inovador

Na visão de ambos, é bem provável que o chefe demita o colaborador. Souza, entretanto, vai além e propõe o cenário em que o subordinado venha a “demitir” o chefe ao procurar se recolocar em outra área da empresa, onde seu talento inovador seja considerado um ativo e não um passivo.

Chefe inovador X colaborador rígido

Segundo Catarina e Souza, uma possibilidade é o chefe encaminhar o colaborador para uma área da empresa mais estruturada, onde seu talento rígido seja requerido. No entanto, afirma Souza, se o chefe for inovador de verdade, pode ser que consiga encontrar uma maneira de fazer o colaborador soltar a criatividade.

Ambos inovadores

Em princípio, essa união pode ser positiva, mas Souza adverte para a possível falta de objetividade na equipe. “Sem ninguém com pé no chão, a criatividade pode se tornar improdutiva e virar devaneio”,ressalta.

Ambos rígidos

“A empresa e o RH devem mandar ambos para a concorrência, atravancar a vida de outra companhia e deixar espaço para um melhor equilíbrio entre o moderno e o eterno”, resume Souza.

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