Sérgio Dal Sasso: consultor palestrante administração, empreendedorismo e carreiras

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Organização de empresas de A à Z - Gestão e treinamentos

domingo, 21 de março de 2010

Tuitando (Por Luciano Pires)

Cerca de 30 anos atrás fiquei impressionado ao ver Mario Lago na televisão dizendo que em seu ofício de escritor e letrista, o mais difícil não era escrever textos, mas cortar excessos. Mais tarde descobri que o mérito dos bons escritores estava em saber cortar o que era realmente “sobra” e manter a essência do conteúdo.

E isso muito, mas muito antes de aparecer o Twitter.

Twitter. O nome vem do inglês "tweet", que quer dizer “pio”. Tweeter, quer dizer “piador”: o sistema onde você solta seus pios.

O Twitter é uma das redes sociais da internet, que conecta você a milhares de pessoas que – supostamente – tem algo a dizer. E quem já aprendeu a usá-lo sabe que vicia.

Abra uma conta gratuita em www.twitter.com e avise alguns conhecidos. Logo você terá seguidores. Comece a postar suas mensagens: algo que você viu, uma dica de leitura, um comentário político, um desabafo, qualquer coisa. Cada seguidor que gostar de uma postagem sua vai retransmiti-la para outros e aos poucos novos seguidores chegarão. E você vai escolhendo quem você vai seguir (de quem você receberá mensagens) e quem vai seguir você (quem você deixará receber suas mensagens). Entrei como @lucianopires no início de 2009 e em um ano cheguei a quase 2.000 seguidores que recebem meus pios diários. Um monte de gente.

O Twitter é uma inestimável fonte de informações. Graças a ele descobri artistas excelentes, sites maravilhosos e textos inspiradores. Mas também pode ser uma perda de tempo se você seguir despejadores de lixo, sacou? Você decide se o nível é alto ou baixo.

Embora seja um processo inovador, o Twitter obedece os mesmos padrões da mídia convencional: a maioria dos principais “tuiteiros” que tem dezenas ou centenas de milhares de seguidores é composta de celebridades de cinema e televisão. Postam mensagens irrelevantes que atraem a atenção por virem de celebridades. Um dia alguém criará uma forma de medir a relação relevância do seguido x relevância dos seguidores e então saberemos quem tem realmente conteúdo.

Mas voltando à entrevista de Mario Lago, um dos grandes lances do Twitter é que qualquer mensagem tem que ter no máximo 140 caracteres. Por exemplo,se eu tentar “tuitar”: “Itaboraí: em 2006, Lula inaugurou a pedra fundamental. Em 2008 as obras de terraplenagem. E em 2010 o início das obras da primeira unidade. Depois vem a pia do banheiro e o uniforme do porteiro.”, não vou conseguir. A mensagem tem 192 caracteres, incluindo os espaços. Para limitar aos 140 caracteres que o twitter exige, terei que mudar para:

“Itaboraí: Lula inaugurou pedra fundamental, terraplenagem e início das obras da 1a. unidade. Depois vem a pia do WC e o uniforme do porteiro”

Não tem a mesma força, é verdade, mas a essência do texto está lá. E o mais interessante é que no exercício diário de resumir tudo a 140 caracteres, você acaba desenvolvendo a tal preciosa capacidade de síntese. Que aos poucos carrega para seu dia-a-dia, indo direto ao ponto. Eliminando as firulas. Cortando as gorduras.

Experimente. Quem comanda o conteúdo é você,

Mario Lago curtiria o Twitter.

Do Autor: Luciano Pires é Palestrante e Escritor - www.lucianopires.com.br

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