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segunda-feira, 22 de março de 2010

O novo mundo dos operadores virtuais de celulares

Autor: Marcos Gôuvea de Souza
Fonte: GS&MD


A menos que haja uma prorrogação, encerra-se hoje, dia 22 de março, o prazo para acolhimento de sugestões na forma de consulta pública envolvendo a Regulamentação de Prestação de Serviços de Operadores Virtuais de Celulares, proposta pela Anatel e divulgada em dezembro de 2009, depois de longa espera.

Sobre essa consulta debruçaram-se, nos últimos meses, operadoras convencionais (as chamadas MNOs), os potenciais candidatos a operadores virtuais (MVNO), os prestadores potenciais de serviços nessas áreas, em particular os que podem viabilizar essa atuação (MVNE), os eventuais consolidadores ou agregadores desses serviços (MVNA), escritórios de advocacia e empresas de tecnologia, dentre outros potenciais “jogadores” nesse novo mundo de negócios, que se implantará em breve no Brasil.

A expectativa da Anatel é que os primeiros operadores virtuais já estejam em campo a partir do segundo semestre e sua principal missão será ampliar a concorrência nos serviços de telefonia móvel, voz e dados, em benefício do consumidor final, introduzindo novos serviços, segmentação de mercado e, principalmente, maior concorrência nos preços praticados.

Os primeiros serviços de operadores virtuais de celular começaram na Europa e o mais relevante foi o lançado pela Virgin Mobile, na Inglaterra em 1999, e que hoje possui mais de quatro milhões de clientes. Os números mais recentes indicam a existência de mais de 400 operações virtuais de telefonia móvel, com a perspectiva de que mais de 100 empresas possam operar nos próximos três anos. As primeiras empresas no Brasil a começar a estudar essa modalidade, inspiradas pelo que ocorria no mercado europeu, desenvolveram seus estudos a partir de 2005.

Um bom exemplo no mercado internacional é a Dinamarca, onde hoje existem três operadoras (MNOs), mais de 50 MVNOs e 46% das receitas das operadoras advêm das operações virtuais.

Os potenciais operadores virtuais de telefonia móvel devem ter uma imagem de marca forte e consolidada, preferencialmente com extensa rede de pontos de relacionamento ou vendas; desejo de ampliação de negócios na área de serviços; estratégia e práticas de programas de relacionamento com seus clientes-consumidores; e uma visão estratégica ambiciosa, elementos que estão presentes em grupos como Tesco, Carrefour, El Corte Inglés, além da própria Virgin e outros na Europa.

No Brasil, os candidatos potenciais incluem as principais redes de varejo com atuação nacional, ou forte presença em determinadas regiões com potencial relevante, times de futebol, igrejas e empresas de serviços financeiros, em especial bancos de varejo e seguradoras.

A combinação ideal parece ser a de redes de varejo e bancos com marca reconhecida e valorizada com atuação nacional que tenham negócios na área de cartões de crédito, com programas de relacionamento desenvolvidos com seus clientes; e com estratégia de ampliar sua participação no share of wallet de seus clientes num setor que teve crescimento explosivo nos últimos anos e que continuará a se expandir continuamente pela incorporação de novos negócios e serviços através do canal móvel. Sob qualquer análise, coisa de quem pensa grande.

Para esses candidatos o maior trunfo, além das receitas e resultados advindos da operação direta de telefonia móvel, está no acompanhamento em tempo real e como insider desse setor, que tem aumentado sua expressão estratégica e que, estima-se, representa hoje perto de US$ 800 bilhões em serviços no mundo. Com perspectivas de evolução ainda indefinidas como canal de comunicação, relacionamento, promoção, propaganda e vendas.

Ainda que existam algumas e significativas dúvidas em vários aspectos, em particular na área tributária, o desenho proposto para a regulamentação pela Anatel, moderno e baseado nas melhores práticas entre países, mas inovador em vários aspectos, sinaliza que o que teremos no Brasil em breve ensejará uma profunda transformação no mundo da telefonia celular.

E isso tem o aval dos consumidores.

Pesquisa realizada pela GS&MD - Gouvêa de Souza em 2009 e divulgada durante o 12o Fórum de Varejo da América Latina sinalizou a predisposição dos consumidores brasileiros à aceitação desses serviços por novos players, em especial varejistas, muito provavelmente estimulada pela percepção positiva que existe com relação aos serviços financeiros oferecidos por lojas, comparativamente com aqueles oferecidos por bancos, pela conveniência implícita, os horários mais flexíveis e o ambiente mais amigável.

Pela pesquisa realizada, explicado o conceito de MVNO, 41% dos entrevistados se mostravam favoráveis à aceitação, 21 % não tinham opinião e 38% declararam-se não favoráveis.

As principais marcas varejistas testadas, espontaneamente ou apresentadas, receberam forte aderência à proposta pelos entrevistados.

É exatamente esse amplo espectro de oportunidades que mobiliza os interesses dos candidatos ao serviço no Brasil e os serviços como hoje os conhecemos estarão profundamente alterados nos próximos anos, em benefício do próprio consumidor, das operadoras atuais e dos novos jogadores que se preparam para entrar em campo.

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